Müller estraga festa no Marquês, mas não esmorece esperança lusa
Porto Canal / Agências
A goleada sofrida por Portugal frente à Alemanha (4-0), no campeonato do mundo de Futebol, que decorre no Brasil, impediu a festa lusa no Marquês de Pombal, em Lisboa, mas não esmoreceu a esperança na passagem aos "oitavos".
O clima até era de festa no Futebol Park, montado no Parque Eduardo VII, junto ao Marquês de Pombal, em Lisboa. Nos minutos iniciais, cada ataque, cada passe e cada corte merecia com furor uma salva de palmas e os gritos por Portugal.
No primeiro golo de Thomas Müller, aos 12 minutos, através de uma grande penalidade, os milhares de adeptos lusos estavam longe de imaginar a goleada que os comandados de Paulo Bento iriam sofrer.
Após a lesão de Hugo Almeida, a entrada de Éder mereceu uma grande ovação e significou o renascer de uma esperança que "morreu" pouco depois, quando Hummels bateu, de cabeça Rui Patrício.
Em cima do intervalo, o "bis" de Müller coincidiu com a primeira debanda do local, ainda assim a maioria permaneceu e acreditou que a "equipa das quinas" poderia fazer uma gracinha no segundo tempo, embora reduzida a 10 elementos, fruto da expulsão de Pepe, aos 37 minutos. O que não aconteceu.
A festa fazia-se por meia centena de alemães, distribuídos em duas "ilhas" distintas, e culminou aos 78 minutos quando Müller aproveitou uma defesa incompleta de Rui Patrício e selou o resultado.
A alegria germânica contrastava com o desespero luso e com o vazio das vias adjacentes ao Parque Eduardo VII. Avenida Fontes Pereira de Melo e Avenida da Liberdade estavam quase desertas, sinal de que os lisboetas estavam unidos com a seleção.
No final, as opiniões eram unânimes: a Alemanha foi superior, mas Portugal tem todas as condições para seguir em frente.
"Faltou garra, faltou geníca. Portugal pode seguir em frente, mas tem de mudar a atitude. Podemos vencer os dois próximos jogos e passar aos oitavos de final do Mundial", disse à Agência Lusa Diego Vieira.
A crença foi o mote do final de tarde e Catarina Freitas era o espelho disso mesmo: "Somos Portugal. Se não acreditasse, não teria ficado até ao final do jogo. Vamos seguir em frente".
Lado a lado, o português João Moita e o alemão Fabian fizeram as "pazes" dos 90 minutos em que foram rivais, até porque os amigos são para sempre. O adepto luso felicitou o germânico, desejou-lhe a maior sorte para o Mundial, mas não teve dúvidas em revelar que alimenta a secreta esperança de ver a equipa das "quinas" na final, agendada para 13 de julho.