Guiné Equatorial é o único país lusófono em recessão este ano
Porto Canal com Lusa
Redação, 16 jan 2022 (Lusa) - O Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais (UNDESA) prevê que a Guiné Equatorial seja a única economia lusófona em recessão, depois de ter interrompido, no ano passado, seis anos de crescimento negativo.
De acordo com as previsões do UNDESA, a Guiné Equatorial deverá registar, este ano, um crescimento negativo de 0,6%, ligeiramente melhor que a recessão de 0,7% que os técnicos do UNDESA estimam para o mais recente país lusófono em 2022.
A Guiné Equatorial está em recessão desde 2015, tendo apenas conseguido interromper a trajetória negativa no ano passado, em que a ONU estima que a economia tenha crescido 1,9%.
Este país lusófono africano, o mais recente a juntar-se à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), é o único a registar um crescimento negativo, já que todos os outros deverão crescer este ano, à semelhança, aliás, do que já tinha acontecido no ano passado.
O UNDESA melhorou na quinta-feira a estimativa de crescimento para as economias africanas, antevendo uma expansão de 3,8% no ano passado e uma aceleração para 4% este ano.
"A atividade económica em África continua a recuperar dos eventos sem precedentes de 2020, mas a um ritmo frágil, com a previsão de crescimento a ser marcada pela elevada incerteza e exposição a repetidas vagas de infeção por covid-19, como se viu recentemente com a variante Ómicron", escrevem os analistas do UNDESA.
No relatório sobre a Situação e Perspetivas Económicas Mundiais para 2022, que melhora a previsão de crescimento do ano passado de 3,4% para 3,8%, o UNDESA aponta que as medidas de mitigação da pandemia, como os confinamentos e proibições de viagens, foram os principais instrumentos usados pelos governos, mas tiveram um impacto importante na atividade económica.
O continente africano "teve uma das recuperações mais lentas em 2021, ficando atrás da média de crescimento das economias em desenvolvimento e do mundo, respetivamente 6,4% e 5,5%", diz o UNDESA, que alerta que "para regressar à trajetória de crescimento antes da pandemia, África precisaria de crescer aproximadamente 6% neste e no próximo ano, ou seja, mais rápido que a Ásia".
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