Início do campeonato já se sente no movimento dos bares de Copacabana
Porto Canal / Agências
Os bares e quiosques de Copacabana, no Rio de Janeiro, viram o movimento aumentar nos primeiros dias do Mundial, com o restante comércio a aguardar uma "alta no consumo" a partir do primeiro jogo na cidade, no domingo.
"Há uma semana isto está sempre lotado", disse à agência Lusa uma operadora de caixa de um quiosque na Praia de Copacabana, transformado em ponto de encontro de turistas que, mesmo sem lugares para se sentarem, se aglomeram para provar a caipirinha brasileira.
Habituados a receber turistas estrangeiros, os bares de Copacabana já possuíam ementas noutros idiomas, principalmente inglês e espanhol, mas agora, com as dúvidas e os pedidos especiais a aumentarem, os empregados necessitam de redobrar a atenção para perceberem os clientes.
"A gente sabe falar só o básico [de inglês], como 'We don't have' [não temos], mas sabe como é, a gente sempre dá um jeito", disse o empregado de um bar de Copacabana, animado com o ambiente de confraternização gerado pelo Mundial de futebol.
Ao longo da Avenida Atlântica, na marginal da praia de Copacabana, diversas cores e bandeiras misturam-se num clima de convívio, mesmo quando adeptos rivais se encontram.
"Foto! Foto!", era a palavra de ordem, quando um grupo de argentinos se encontrou com bósnios, cujas seleções se defrontam no estádio do Maracanã, no domingo.
Mais distantes da praia, no interior do bairro, as tradicionais lojas de sumos naturais também têm chamado a atenção dos turistas, que pedem até para tocar nas frutas que servem de decoração.
"Acho que no país deles não há tanta variedade de frutas. Eles veem as daqui e perguntam se são de plástico. Quando digo que não, pedem para tocar", disse o gerente de uma loja especializada em sumos.
As opções são tantas que os pedidos costumam ser uma mistura de várias frutas, gerando combinações tão exóticas como manga com goiaba ou banana com tangerina.
Os gerentes destes estabelecimentos dizem ter registado até agora um aumento de cerca de 20 por cento do consumo, mas esperam que com o início dos jogos no Rio de Janeiro o movimento aumente consideravelmente.
O Brasil espera receber cerca de 3,7 milhões de turistas durante o Mundial -- que se prolonga até 13 de julho -, sendo que dois em cada três devem passar pelo Rio de Janeiro.
No total, estima-se que os turistas deixem nas 12 cidades-sedes do Mundial 6,7 mil milhões de reais (2,2 mil milhões de euros), segundo dados divulgados pelo Ministério do Turismo brasileiro.
A previsão é de que os maiores gastos sejam feitos pelos turistas estrangeiros, que devem deixar, em média, 5.500 reais (1.800 euros), sem contar a despesa com a passagem aérea.