Dilma defende organização brasileira e remete culpas para a FIFA
Porto Canal / Agências
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, defendeu na terça-feira a organização do Mundial de futebol no seu país, face a críticas relacionadas com os custos e com os atrasos nas obras, remetendo parte das culpas para a FIFA.
Num encontro com jornalistas correspondentes estrangeiros, em Brasília, Dilma Rousseff recordou que em 2007, quando o Brasil ganhou a organização do Mundial de 2014, foi a FIFA quem prometeu que os estádios do torneio seriam financiados pela iniciativa privada.
Mas quando o governo brasileiro viu que esse financiamento privado não daria "nem para metade de um estádio", percebeu que os recintos teriam de ser financiados fortemente por dinheiros públicos.
Questionada por um jornalista sobre que conselho daria a um país interessado em organizar um Mundial de futebol, Dilma Rousseff remeteu novamente parte da responsabilidade dos problemas para a FIFA: "Prestem atenção ao que é exigido ao país", ao caderno de encargos que assinam com a FIFA, pois é preciso refletir bem "no que se deve aceitar ou não".
A presidente acrescentou que a maior parte dos investimentos públicos realizados desde 2007 foi feita "pelo Brasil" e não para o Mundial, referindo os casos da modernização dos aeroportos e da mobilidade urbana nas 12 cidades anfitriãs do Mundial.
As várias cidades, salientou, não estariam a planear novos investimentos em transportes e mobilidade sem a perspetiva do Mundial. No entanto, Dilma Rousseff admitiu que muitos destes projetos de obra extra estádios não estarão prontos a tempo do torneio.
Mesmo os estádios não estão prontos: a nove dias do início do Mundial, quatro dos 12 estádios não estão concluídos.
Muitos brasileiros têm protestado, algumas vezes violentamente, contra a organização do Mundial - considerada excessivamente cara (os gastos já vão em 11 mil milhões de dólares) e caótica - e vários movimentos planeiam fazer manifestações durante o evento.
Dilma Rousseff afirmou que as manifestações serão toleradas, "desde que sejam pacíficas" e que "não impeçam a livre circulação necessária ao Mundial".
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