Pandemia com "tendência crescente" de infeções nos jovens e idosos

Pandemia com "tendência crescente" de infeções nos jovens e idosos
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Porto Canal com Lusa

 A pandemia da covid-19 regista uma "elevada intensidade" em Portugal, com as autoridades de saúde a alertarem hoje para uma "tendência crescente" de casos de infeção nos mais jovens e nos idosos nas próximas semanas.

"A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de infeção por SARS-CoV-2 de elevada intensidade, com tendência estável a nível nacional, mas com provável tendência crescente na região Centro, nos grupos etários dos 10 aos 29 anos e acima dos 65 anos de idade", indica o relatório das "linhas vermelhas" da pandemia da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Segundo o documento, a manter-se o atual quadro da pandemia no país, a "atividade epidémica na população sénior e a pressão nos serviços de saúde poderão aumentar nas próximas semanas".

Os dados hoje divulgados indicam que o número de infeções nos últimos 14 dias foi de 315 casos por 100 mil habitantes, com tendência estável a nível nacional.

No grupo das pessoas com 65 ou mais anos, o número de novos casos foi de 124 casos, com tendência estável a crescente a nível nacional, mas ainda assim inferior ao limiar definido de 240 infeções por 100 mil pessoas.

 No que respeita ao Serviço Nacional de Saúde, o relatório refere que estavam internadas na quarta-feira 150 pessoas em unidades de cuidados intensivos (UCI) em Portugal continental, o que corresponde a 59% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior estava nos 55%.

Perante os indicadores da pandemia, a DGS e o INSA admitem que a pressão sobre os serviços de saúde, que apresenta uma tendência estável a crescente, poderá "aumentar nas próximas semanas".

O maior número de doentes de covid-19 internados em UCI corresponde ao grupo etário dos 60 aos 79 anos, com 66 pessoas.

A proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 4,4% - na semana anterior tinha sido de 4,0% - encontrando-se acima do limiar definido de 4,0%, adianta ainda o relatório, que avança que se registou uma diminuição do número de testes, com 369.637 despistes realizados nos últimos sete dias, menos 32.721 do que na semana anterior.

"Nos últimos sete dias, pelo menos 95% dos casos de infeção por SARS-CoV-2 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e, no mesmo período, foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os contactos em 81% dos casos", indicam as autoridades de saúde.

O relatório refere ainda que a mortalidade específica por covid-19 se situou nos 15,4 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, o que corresponde a um decréscimo de 15% relativamente à semana anterior.

"Este valor é superior ao limiar de 10 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC). Este indicador apresenta uma tendência estável e é provável que assim se mantenha ou comece a diminuir se a incidência na população se mantiver estável a decrescente", salientam as "linhas vermelhas" da pandemia.

A covid-19 provocou pelo menos 4.472.486 mortes em todo o mundo, entre mais de 214,5 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.689 pessoas e foram contabilizados 1.028.421 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.

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