Capital Inicial a veterana banda rock brasileira que nunca tocou em Portugal

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 30 mai (Lusa) -- O grupo rock brasileiro Capital Inicial tem trinta anos de carreira, mas só agora se estreia em Portugal, no Rock in Rio Lisboa, enquanto se prepara para lançar o EP "Viva a revolução", inspirado nos protestos no Brasil.

A banda, de influência punk-rock, apresentar-se-á hoje, no palco onde também vão estar os Queens of The Stone Age e Linkin Park, e promete um alinhamento que percorrerá toda a carreira, possivelmente desconhecida de muito dos espetadores portugueses.

"Uma das virtudes de uma carreira tão longa é que já encarámos várias adversidades. [O concerto em Lisboa] é um grande ponto de interrogação. Não temos a menor ideia do que vai acontecer", afirmou à agência Lusa o vocalista, Dinho Ouro Preto.

O músico, de 50 anos, explicou que é possível fazer uma carreira longa na música brasileira sem sair do país: "Embora haja dois milhões de brasileiros a viver fora do país, e embora tenhamos tido convites para atuar fora, sempre tivemos coisas para fazer por aqui [o país de origem]. Mas um convite para Lisboa era irrecusável", disse.

O concerto acontece semanas antes de a banda lançar um novo registo, o EP "Viva a revolução", que reflete o que se tem passado no Brasil, desde as primeiras manifestações do verão de 2013.

"O Brasil 'pegou fogo' e não apagou desde então. O Brasil mudou muito para surpresa de todos, está mais mobilizado do que era. As forças políticas continuam as mesmas, mas há um ceticismo generalizado", disse o vocalista, corroborado pelo baterista, Fê Lemos: "O povo está cansado".

Para Dinho Ouro Preto, que canta temas como "Veraneio Vascaína", "Primeiros erros (Chove)" e "Música Urbana", ao rock é "imprescindível" uma mensagem, porque "o texto é tão importante como a música": "As pessoas que nos procuram falam da importância que o nosso texto tem na vida delas".

O músico diz-se "bastante cético em relação à esquerda e à direita -- a política é tóxica", e admitiu ser "irresistível usar a palavra revolução": "Você tem várias revoluções ao longo da história da Humanidade, a revolução russa, a primavera árabe, a revolução dos costumes nos Estados Unidos, a revolução sexual. O que todas têm em comum é uma ideia de mudança. A revolução de que falamos é nesse sentido".

A banda optou por editar um EP com apenas seis músicas e não um álbum, porque 2014 "é um ano peculiar", com o mundial de futebol e eleições em outubro: "Achamos que um disco convencional seria difícil concorrer com as atenções voltadas para esses eventos mediáticos".

A poucas semanas do começo do mundial de futebol, a banda acredita que "vai haver muita manifestação, muita greve", no Brasil.

"Todo o mundo gosta de futebol, mas que caminha para a confusão, caminha. Quanto mais nos aproximamos da data, mais aumentam as manifestações. Está havendo violência e vai continuar na copa", disseram.

SS // MAG

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