Goldman Sachs afirma que talento de Ronaldo insuficiente para passar dos oitavos
Porto Canal / Agências
Londres, 28 mai (Lusa) - O "talento excecional" de Cristiano Ronaldo será insuficiente para levar Portugal para além dos oitavos de final no Mundial2014 de futebol, no Brasil, estima o banco de investimento Goldman Sachs num estudo divulgado hoje.
O analista Andrew Benito admite que o sucesso da seleção portuguesa dependerá do desempenho do avançado, mas considera o caso português um exemplo de como "alavancar sucesso isolado parece mais comum em economias do que no futebol".
No estudo intitulado "O Campeonato do Mundo e a Economia", é referida a teoria do economista David Ricardo de como certas economias crescem em torno de pequenos setores - no caso luso o setor alimentar e bebidas, calçado e vestuário.
Porém, acrescenta Benito, "existem poucos exemplos [no futebol] onde o sucesso foi construído em torno de um jogador" e considera ainda mais raros os casos no futebol internacional, apontando os exemplos de Pelé e Maradona, que foram suportados por equipas fortes.
Embora Ronaldo tenha tido sucesso nos clubes em que jogou, Manchester United e Real Madrid, os troféus foram sempre ganhos por coletivos compostos por estrelas individuais, argumenta.
O analista vinca que as seleções têm mais dificuldades em construir sucesso do que os clubes, onde é possível "importar" jogadores estrangeiros.
Acrescenta que a dependência da seleção das "quinas" de Ronaldo torna-a "vulnerável a choques", como lesões, porque não existe outro internacional português com tanta influência na equipa.
"Se um 'choque' afetar um setor, podem ser realocados recursos para outros setores, se a economia for 'flexível' e o choque não for muito grande. Este último é uma lição que a economia portuguesa aprendeu através da introdução de reformas estruturais como parte do programa de ajustamento" da troika, vinca Benito.
Aplicando todos estes fatores, estatísticas relativas a prestações anteriores da seleção portuguesa e também das restantes equipas, o estudo prevê que Portugal se qualifique na fase de grupos mas que seja eliminado nos oitavos de final pela Argentina por um resultado 2-1.
A final, prevê o relatório, será entre Brasil e Argentina, e o troféu será conquistado pelo país anfitrião (3-1).
Portugal integra o grupo G da fase final, em conjunto com a Alemanha, frente à qual se vai estrear, a 16 de junho, em Salvador, os Estados Unidos, que defrontará a 22, em Manaus, e o Gana, último adversário na primeira fase de prova, a 26, em Brasília.
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