Vendedoras de cereja à beira da estrada dizem que negócio está fraco

Vendedoras de cereja à beira da estrada dizem que negócio está fraco
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Porto Canal

O negócio da venda de cereja à beira da estrada, no Fundão, tem estado fraco, disseram à Lusa os vendedores e vendedoras que por estes dias comercializam o fruto numa das principais entradas da cidade.

Colhida nos pomares de cada um dos vendedores/produtores, as cerejas têm estado a ser comercializadas a valores que variam entre os 2,5 euros e os 3,5 euros o quilograma (depende do calibre), preços que os produtores consideram baratos, mas que não estão ao alcance de todas as carteiras.

"As pessoas queixam-se. Até percebem que é um fruto que dá muito trabalho, mas na hora de comprar retraem-se e levam menos", explica Fátima Gonçalves.

A poucas bancas de distância, Pedro Simões também aproveita para vender parte da cereja que colheu pela manhã no pomar que tem no Alcaide, mas os clientes surgem a "conta-gotas" e não deixam de regatear, apesar de os preços estarem longe dos que foram praticados na primeira semana da campanha, quando um dos vendedores conseguiu vender uma caixa de dois quilos a 15 euros (7,50 euros o quilo).

"Isso são só mesmo as primeiras, depois o preço começa logo a cair e vai muito rapidamente para preços mesmo baixos. Por exemplo, a cereja que esta semana temos estado a vender a três euros, há cinco ou dez anos, na mesma altura da campanha, vendia-se à vontade a cinco euros ou mais", afiança Pedro Simões, enquanto aproveita a chegada de dois clientes para vender mais algumas caixas de cereja.

Ricardo Dias e Luís Brites, residentes em Coimbra, estão a trabalho no Fundão e não quiseram regressar a casa sem as típicas cerejas. Levam para eles e também para oferecer.

"Caro nós achamos sempre, mas o ano passado comprei-as mais caras, portanto vou levar mais algumas", aponta Luís Brites.

Noutra banca, José Oliveira, de Viseu, também aproveita a passagem pela Beira Baixa para levar uma caixa da "melhor cereja do país", que, no entender deste diretor comercial, "consegue ser melhor" do que as rivais de Resende.

Elogios ao fruto são recorrentes, mas quem vende diz que nem isso tem potenciado as vendas.

A falta de dinheiro será o principal fator para que o negócio esteja "fraco", mas a chuva que caiu nos últimos dias também ajuda a afastar potenciais clientes, bem como o local no qual a venda é feita.

Em 2012, a Câmara Municipal do Fundão transferiu os vendedores que costumavam ficar na entrada norte para um espaço que fica a poucos metros e que foi criado para o efeito com o objetivo dar uma melhorar a imagem e ordenar a venda, mas quem comercializa critica a opção.

Os vendedores garantem que o sítio é mau porque "não facilita o estacionamento para quem está de passagem", porque "está mal sinalizado" e porque a distribuição dos vendedores (em forma de U e tirada por sorteio) "só beneficia os que ficam nas pontas". Também criticam as próprias bancadas por não terem toldos suficientemente largos para protegerem a fruta do sol ou as pessoas quer do sol quer da chuva.

Os vendedores não deixam de assumir que o espaço atual é "mais bonito e aprazível", mas, mesmo assim, preferiam regressar ao antigo posto de venda para receberem os compradores que, esperam, deverão começar a chegar em maior número.

A grande enchente é esperada de 06 a 10 de junho, data em que se realiza a Festa da Cereja de Alcongosta, considerada um dos maiores festivais populares do país.

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