Ana Luísa Amaral diz que prémio de poesia ibero-americana é "felicidade sem nome"

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 31 mai 2021 (Lusa) - A poetisa portuguesa Ana Luísa Amaral afirmou hoje à agência Lusa que receber o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana é "uma felicidade sem nome", um reconhecimento de um trabalho que é "prazer, angústia e necessidade".

"O facto de me terem dado este prémio significa que aqueles livros que eu escrevi, de alguma forma, tocaram as pessoas. Eu acho que isso é uma felicidade sem nome", afirmou a escritora.

Ana Luísa Amaral, 65 anos, foi hoje galardoada com o XXX Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, que reconhece uma obra poética que contribui de forma significativa para o património cultural deste conjunto de países.

Escritora e professora universitária, Ana Luísa Amaral é a terceira autora portuguesa a receber aquele prémio, de 42.000 euros, depois de Sophia de Mello Breyner (2003) e Nuno Júdice (2013), e a quarta escritora lusófona a ser distinguida, numa lista que inclui também o brasileiro João Cabral de Melo Neto (1994).

"É uma grande honra, naturalmente. São tão poucos os portugueses que lá estão e, todavia, é um prémio ibero-americano. E temos grandes poetas em Portugal", sublinhou a escritora, citando ainda dois nomes também já distinguidos: A uruguaia Ida Vitale e o espanhol Antonio Gamoneda, "o maior poeta vivo de Espanha".

Ana Luísa Amaral admitiu que não lhe interessa muito o impacto do prémio na carreira, iniciada há três décadas com "Minha senhora de quê": "Ficamos sempre muito felizes quando o nosso trabalho é reconhecido. Ainda por cima no meu caso é um trabalho que não é trabalho, é prazer, por vezes angústia e é necessidade. Eu escrevo porque eu preciso de escrever".

"A escrita do poema coloca-me ao mesmo tempo uma grande paixão e uma grande angústia. Houve até momentos da minha vida que eu vivi através da poesia, em que a poesia se substituiu à vida", lembrou.

Ana Luísa Amaral, cuja obra mais recente é "What's in a name" (2020), tem recebido múltiplas distinções ao longo da carreira, sendo as mais recentes o Prémio Vergílio Ferreira (2021) e o galardão espanhol Leteo (2020).

Também no ano passado, a associação das Livrarias de Madrid atribuiu-lhe o prémio Livro do Ano, na área de Poesia, pela publicação em Espanha de "What's in a name".

Foi docente de Literatura Inglesa na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e doutorou-se em Literatura Norte-Americana com uma tese sobre Emily Dickinson. A poetisa norte-americana do século XIX mantém-se presente no quotidiano de Ana Luísa Amaral.

"Estava a passear a minha cadela, Emily Dickinson, aqui no jardim quando me telefonaram de Espanha com a notícia [do prémio]", contou.

SS (TDI) // TDI

Lusa/fim

+ notícias: País

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.

FC Porto em sub17 recebe e vence Padroense 2-1

A equipa de Sub-17 do FC Porto recebeu e bateu este domingo o Padroense (2-1), no Olival, em jogo da 11.ª jornada da 2.ª fase do Campeonato Nacional de Juniores B. Francisco Ribeiro (41m) e Pedro Vieira (62m) assinaram os golos dos Dragões, que mantêm a liderança da série Norte, com 28 pontos, mais três do que o Sporting de Braga.