Ciclo de debates quer desmontar manifestações coloniais em cidades, do Porto a Luanda

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Porto Canal com Lusa

Porto, 24 fev 2021 (Lusa) -- O Instituto, o coletivo InterStruct e a Associação Rampa arrancam, na sexta-feira, com o ciclo de debates "Pós-Amnésia: Desmontando Manifestações Coloniais", com o objetivo de discutir a presença desse passado no Porto e noutras cidades da lusofonia.

A parceria surge no âmbito do programa europeu VAHA, uma rede europeia de diálogo e sensibilização da sociedade civil, e incide sobre três conversas, transmitidas na Internet através de páginas dedicadas das três entidades, no 'site' YouTube e na rede social Facebook.

O ciclo arranca pelas 19:00 de quinta-feira, com uma discussão em torno do tema "Monumentos e Memoriais", com a deputada do Bloco de Esquerda Beatriz Gomes Dias, fundadora da DJASS -- Associação de Afrodescendentes, a 'designer' Bárbara Neves Alves e o investigador Felipe Moreira, com moderação de Mamadou Ba, do movimento SOS Racismo.

O primeiro momento reflete "sobre estruturas comemorativas, a partir do seu potencial simbólico, e sobre o interesse público sobre a sua edificação e preservação", pode ler-se no 'site' da Rampa.

A conversa partirá da "análise de monumentos existentes no espaço público que perpetuam narrativas coloniais" e outros que oferecem "uma contranarrativa à dominante", no Porto, em Lisboa e São Paulo.

O segundo debate está marcado para as 19:00 de dia 04 de março, sob o tema "Rotas e Toponímia", juntando, sob a moderação de Isabeli Santiago, o projeto Cartografia Negra, de São Paulo, o African Lisbon Tour, da capital portuguesa, e a Rota dos Escravos, de Luanda, pela Associação KALU.

"Neste debate propõe-se abordar a 'amnésia' que parece existir no espaço urbano e na toponímia de ruas, praças, placas de lojas, etc., questionando as representações que celebram pessoas ou eventos relacionados com o comércio de escravos, colonialismo e guerra colonial", pode ler-se numa nota à imprensa do Instituto.

A terminar o ciclo, "História e Cultura" agrega Ângelo Delgado, Onésio Intumbo e o historiador Manuel de Sousa, que gere a página Porto Desaparecido, sobre a moderação de Navváb Aly Danso, num debate marcado para 11 de março (19:00).

Este abrange o legado colonial em Portugal "a partir da sua dimensão histórica e cultural", explorando a prevalência de narrativas e linguagens hegemónicas e a existência de "perspetivas anticoloniais".

Ângelo Delgado apresenta o livro "Sem Ofensa", que explora "o uso e abuso de expressões carregadas de preconceito racial na sociedade portuguesa", com o fotógrafo Onésio Intumbo a explorar "Onésio e a Azagaia" e Manuel de Sousa a partir da página de Facebook sobre história e património local.

Com o foco em "desvendar, pensar e questionar os vestígios -- materiais e imateriais -- do passado colonial da cidade do Porto", o ciclo "Pós-Amnésia" continuará depois dos debates, que servem como "primeira atividade pública".

O programa VAHA é uma iniciativa da turca Anadolu Kultur e da alemã MitOst, que o Instituto descreve como "uma rede de diálogo composta por organizações culturais de países europeus que visa sensibilizar e emancipar a sociedade civil face aos mais diversos desafios sociais e políticos", tendo nesta parceria o representante português.

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