Hospital Amadora-Sintra já não recebe doentes respiratórios em ambulâncias. 20 doentes de enfermaria enviados para hospitais do Porto e de Vila Nova de Gaia
Porto Canal com Lusa
O Hospital Amadora-Sintra iniciou hoje à tarde a transferência de 20 doentes internados em enfermaria para o Hospital de São João, no Porto, e para o hospital de Gaia, informou à agência Lusa fonte hospitalar.
De acordo com a fonte do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), no concelho da Amadora (distrito de Lisboa), vão ser transportados 15 doentes para o Hospital de São João e cinco para Vila Nova de Gaia.
Pouco depois das 15:00, saíram os primeiros quatro doentes do HFF em direção ao Norte.
Já hoje, fonte hospitalar tinha adiantado à Lusa que o Hospital Amadora-Sintra não está a receber doentes respiratórios em ambulâncias, desde as 16:00 de terça-feira, devido uma sobrecarga no serviço de urgência.
"Os doentes transportados de ambulância são desviados para outros hospitais, os doentes que chegam pelo seu próprio pé têm a porta aberta da nossa urgência. [...] Só a urgência respiratória covid é que não está a receber ambulâncias", adiantou.
De acordo com a fonte, a unidade hospitalar continua a receber ambulâncias de outras especialidades, como partos e traumas.
"Ao dia de hoje, temos novamente números históricos de covid no nosso hospital e consubstanciam esse pedido que fizemos ao CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes], que nos foi admitido das 16:30 [de terça-feira] até às 24:00 e das 00:00 às 20:00 de hoje", salientou.
A mesma fonte informou ainda que, segundo os dados atuais, o HFF tem hoje 368 pessoas internadas com covid-19, sendo que 18 foram transportados para o Hospital da Luz, em Lisboa, para serem operados.
"Hoje atingimos o nosso máximo histórico de doentes internados. Dezoito destes doentes estão a ser operados a partir do Hospital de Luz, depois de terem sido transferidos na semana passada. [...] A situação é mais confortável porque, dos 368, apenas 350 é que estão no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca", disse.
Salientando a "enorme pressão" no HFF, a fonte hospitalar lembrou ainda que o que plano de contingência inicial previa 120 doentes em enfermaria e 15 em unidades de cuidados intensivos.
Contudo, o hospital tem "330 camas de covid abertas".
Ao longo da última semana, houve uma média de 400 episódios por dia relativos às urgências (geral, covid-19, obstetrícia e pediátrica), sendo que 30% eram casos relacionados com o novo coronavírus.
"Esta semana estão a representar 40% dos episódios. Há um aumento muito expressivo esta semana de casos covid", referiu.
O Hospital Fernando da Fonseca transferiu, na semana passada, 120 pacientes para outras unidades hospitalares, na sua maioria doentes infetados com covid-19.
Segundo a unidade, os problemas registados na rede de oxigénio medicinal no dia 26 de janeiro estiveram relacionados com dificuldades "em manter a pressão", nunca tendo estado em causa "a disponibilidade de oxigénio ou o colapso da rede".
Nesse dia estavam internados no hospital 363 doentes covid-19, tendo-se registado desde o início do ano um aumento de 400% de pacientes hospitalizados naquela unidade infetados com o novo coronavírus, com muitos deles a necessitarem "de oxigénio medicinal em alto débito".
Entretanto, no sábado, a unidade hospitalar anunciou que já tinha a funcionar "em pleno" um novo tanque de oxigénio para alimentar em exclusivo a Área Dedicada a Doentes Respiratórios do Serviço de Urgência Geral.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 13.257 pessoas dos 740.944 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.