Hospital de Penafiel diz que profissionais de saúde "são insubstituíveis"

Hospital de Penafiel diz que profissionais de saúde "são insubstituíveis"
| Norte
Porto Canal com Lusa

O presidente do Hospital de Penafiel garantiu hoje que "os profissionais de saúde são insubstituíveis" na monitorização de cuidados, depois de esta tarde ter sido acusado de estar a substituir enfermeiros por videovigilância no cuidado a doentes covid-19.

"O PCA [presidente do conselho de administração] do CHTS [Centro Hospitalar Tâmega e Sousa] refuta qualquer ideia de que estejam em causa condições de segurança e de qualidade da prestação de cuidados hospitalares aos doentes", lê-se numa mensagem escrita enviada à agência Lusa e assinada por Carlos Alberto Silva que preside ao centro hospitalar do qual faz parte o Hospital de Penafiel.

Esta reação surge no dia em que a Ordem dos Enfermeiros (OE) acusou a direção do CHTS de estar a colocar "profissionais sem experiência em cuidados intensivos" a cuidar doentes covid-19 e de ter substituído enfermeiros por videovigilância.

A agência Lusa contactou esta tarde o CHTS e pediu esclarecimentos sobre esta denúncia, tendo fonte do hospital referido que hoje não seria possível dar resposta ao pedido.

Posteriormente, numa mensagem dirigida à Lusa, Carlos Alberto Silva referiu que "os profissionais de saúde são insubstituíveis na monitorização dos cuidados de saúde aos doentes", sublinhando que estes "têm sido o garante dos cuidados aos doentes numa altura de grande pressão para o hospital, como a que se tem vivido recentemente e que tem vindo a ser superada com grande empenho e dedicação dos seus recursos humanos".

Perante novo pedido de mais esclarecimentos, o presidente do CHTS remeteu para quarta-feira após uma reunião sobre o tema.

Esta tarde, em comunicado, a OE descreveu que no Hospital de Penafiel, uma das unidades do CHTS, "os doentes covid-19 que necessitam de ventilação estão a ser internados numa unidade sem condições" e cuidados por "profissionais sem experiência em cuidados intensivos".

"Foram instaladas câmaras de vídeo vigilância, o que é manifestamente ilegal e, como tal, recusado pelos profissionais", refere a Ordem, contando que "o conselho de administração [do CHTS], num primeiro momento, deu razão aos enfermeiros, deliberando que a unidade se mantivesse como nível 2 [sem doentes ventilados], enquanto não fossem criadas novas instalações", mas a situação mudou.

De acordo com a OE, "face à ameaça de demissão da diretora do Serviço de Medicina Intensiva, até ao momento a situação mantém-se", tendo sido denunciada ao Ministério da Saúde, à Comissão Nacional de Proteção de Dados e ao Ministério Público.

"A denúncia foi feita à Ordem e é assinada por um grupo de enfermeiros que foram colocados nesta unidade sem terem recebido qualquer tipo de formação e integração em cuidados intensivos, e que consideram que a situação adotada compromete a saúde dos doentes e não garante as condições de exercício de Enfermagem com qualidade e segurança", lê-se no comunicado.

A OE descreve que "a equipa não possui as competências necessárias para a prestação do cuidado exigido", razão pela qual se "desresponsabiliza civil e disciplinarmente pelos acidentes ou incidentes que possam ocorrer na sequência da falta de conhecimento para a prestação de cuidados".

O CHTS junta os hospitais de Penafiel e o de Amarante e chegou a registar no mês passado 10% dos internamentos covid-19 a nível nacional com o pico a registar-se a 03 de novembro com pico de 235 doentes internados com o novo coronavírus.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.621.397 mortos resultantes de mais de 72,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 5.733 pessoas dos 353.576 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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