PCP acusa Governo de “despudorado exercício de foguetório pré-eleitoral”
Porto Canal
O PCP acusou hoje o Governo de fazer um "despudorado exercício de foguetório pré-eleitoral" falando sobre a conclusão da 12.ª avaliação da ‘troika' ao programa de resgate, lembrando os comunistas que os portugueses "só têm razões de insatisfação".
"Efetivamente o Governo pelos vistos está muito satisfeito com os resultados a que a sua política conduziu, mas os portugueses não estão. Os portugueses só têm razões de insatisfação. O que o Governo acaba de decretar é o caráter definitivo de todos os cortes que foram impostos aos portugueses nos últimos anos e sempre apresentados como transitórios", declarou o deputado comunista António Filipe.
O membro do Comité Central do PCP e vice-presidente do grupo parlamentar do partido falava aos jornalistas na Assembleia da República depois de o Governo ter anunciado hoje que a 12.ª avaliação regular da ‘troika' ao programa de resgate de Portugal está concluída e foi "bem superada".
Para os comunistas, o Governo "invoca a grande satisfação dos credores" quando o que "caracteriza a atual situação do país é a grande insatisfação dos portugueses relativamente ao empobrecimento a que foram forçados pela política deste Governo".
António Filipe lamentou ainda que compromissos que poderiam ser atingidos, como o aumento do salário mínimo nacional, não tenham sucedido.
"Este anúncio da última avaliação da ‘troika', aquilo que anuncia aos portugueses é que as políticas realizadas em Portugal em nome da ‘troika' são para continuar e os sacrifícios sobre os trabalhadores, jovens, desempregados, reformados, são para continuar e até sob a ameaça de se intensificaram", advogou o parlamentar do PCP.