Passos Coelho diz que medidas servem para suportar pensões
Porto Canal com Lusa
O primeiro-ministro argumentou hoje que o aumento do IVA e da Taxa Social Única servirá para suportar o sistema de pensões e não para reduzir o défice, defendendo que o esforço será mais equilibrado entre ativos e pensionistas.
Pedro Passos Coelho justificou o aumento do IVA em 0,25 pontos percentuais e da TSU em 0,2 com a necessidade de obter "um equilíbrio" entre ativos e pensionistas, indo ao encontro das recomendações do Tribunal Constitucional.
"Que o que era necessário em termos de financiamento seja agora repartido de uma maneira diferente. 0,25 por IVA e 0,2 da TSU custarão menos a suportar pela generalidade dos portugueses do que o mesmo valor do que só entre os pensionistas", defendeu.
O primeiro-ministro discursava perante militantes e sindicalistas do PSD, na sessão comemorativa do Dia do Trabalhador, promovida pelos Trabalhadores Sociais Democratas, que reuniu cerca de 50 pessoas num hotel de Lisboa.
Passos Coelho recusou que o Governo esteja a "ir buscar mais" ao rendimento das pessoas, afirmando que é ao contrário: "Os que dizem que vai ter um efeito recessivo, enganam-se, porque não estamos a ir buscar mais. Estamos a ir buscar nem mais nem menos, é o mesmo. Não acrescentámos, para efeito das pensões, nenhuma medida que vá buscar mais rendimento às pessoas", disse.
Para o primeiro-ministro, "em certos aspetos" do ponto de vista económico a medida será mais "amiga da economia" e "mais amiga do crescimento”, na medida em que o Governo está a “restituir rendimento a quem tem uma propensão para o consumo muito elevada".
"Uma parte do esforço será repartida por outras pessoas que não pensionistas", acentuou, justificando as medidas previstas no Documento de Estratégia Orçamental, apresentado na quarta-feira.
Passos Coelho sublinhou que "o Estado ainda tem de gastar menos nos próximos anos" e assegurou que a redução do défice será feita "sem precisar de aumentar impostos nem cortar no rendimento".
"A despesa pública irá reduzir-se em 2015 em 1.400 milhões de euros, não apresentamos nenhuma medida de mais impostos nem redução nos salários", disse, acrescentando que o objetivo será atingido "pela reforma do Estado e pela redução da despesa corrente primária".
O primeiro-ministro disse ainda que o Governo não fará "políticas eleitoralistas", afirmando que "a responsabilidade vai continuar".
"Os portugueses perceberam como ninguém o desvario passado. Ninguém tome os portugueses por tolos, não vamos fazer políticas eleitoralistas", disse.