Óbito/Ribeiro Telles: Deixa um legado extraordinário - Ordem dos Arquitetos

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 12 nov (Lusa) - O arquiteto Gonçalo Byrne, presidente da Ordem dos Arquitetos, lamentou hoje à agência Lusa a morte de Gonçalo Ribeiro Telles, aos 98 anos, sublinhando que fica "um legado absolutamente extraordinário" em Portugal e a nível internacional.

"É uma figura incontornável da arquitetura paisagista", mas também uma personalidade com várias dimensões, "não só um homem de Cultura, de Política, foi um homem de causas", disse Gonçalo Byrne.

Gonçalo Ribeiro Telles, figura pioneira na arquitetura paisagista em Portugal, morreu hoje, aos 98 anos, em casa, em Lisboa.

Figura tutelar da defesa da ecologia para fundamentar a intervenção na paisagem e no território, Gonçalo Ribeiro Telles foi o responsável pelo lançamento da política de ambiente em Portugal, cuja legislação incentivou quando passou por vários cargos públicos, nomeadamente como ministro de Estado e da Qualidade de Vida, entre 1981 e 1983.

Gonçalo Byrne recordou que Gonçalo Ribeiro Telles era membro honorário da Ordem dos Arquitetos, muito estimado entre pares, e destaca o corredor verde e os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, ambos em Lisboa, como duas marcas identitárias do trabalho dele.

"Tomou posições extremamente importantes para a cidade de Lisboa, algumas delas completamente antes do tempo, e os temas que ele defendia estão hoje em cima da mesa, a questão do 'green deal' [Pacto Verde], a sustentabilidade", recordou Gonçalo Byrne.

Foi um dos principais responsáveis pelo desenho das áreas verdes de Lisboa, de Monsanto às zonas ribeirinhas, oriental e ocidental, do Vale de Alcântara, ao Jardim Amália, no Parque Eduardo VII, sem esquecer o Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian, que fez em parceria com Viana Barreto, pelo qual recebeu o Prémio Valmor, em 1975, nem projetos noutras zonas do país, como o Vale das Abadias, na Figueira da Foz.

Nascido a 25 de maio de 1922, em Lisboa, Gonçalo Ribeiro Telles licenciou-se em Engenharia Agrónoma, e formou-se em Arquitetura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia, onde iniciou a vida profissional como assistente e discípulo de Francisco Caldeira Cabral.

Gostava de falar dos frescos de Lorenzetti, no Palácio Comunal de Siena, do século XIII, como exemplos de "Bom Governo" e "Mau Governo", na gestão e ordenamento das cidades.

No primeiro caso, sublinhava a imagem de uma cidade de portas abertas, numa comunicação entre o campo organizado e a urbe, com gente a entrar e a sair.

No segundo caso, a mesma cidade mas com as portas encerradas, como num grande condomínio fechado, dominado pelo tirano, rodeado pelas representações da crueldade, da traição, da maldade, da vã glória e da soberba.

SS/(AG) // MAG

Lusa/fim

+ notícias: País

Ministério do Trabalho envia para Tribunal de Contas auditoria à Santa Casa Global

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) enviou para o Tribunal de Contas (TdC) o relatório final da auditoria à Santa Casa Global, por causa da internacionalização dos jogos sociais, confirmou fonte do ministério.

Norte com mais praias galardoadas. Confira quais são

Portugal conta este ano com 440 praias, marinas e embarcações com Bandeira Azul, mais oito que em 2023, tornando-se o segundo país do mundo com maior número de praias fluviais galardoadas, anunciou esta terça-feira a Associação Bandeira Azul Europa.

Governo prolonga prazo para limpeza de terrenos rurais e florestais

O Governo decidiu esta terça-feira prorrogar por mais um mês, até 31 de maio, o prazo para os proprietários e produtores florestais procederem à limpeza de matas e terrenos, informou o gabinete do ministro da Agricultura e Pescas.