Autarca diz que Paredes de Coura "também é Portugal" e recusa perder finanças

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Porto Canal / Agências

Paredes de Coura, 21 abr (Lusa) - O presidente da Câmara de Paredes de Coura insurgiu-se hoje contra o Governo recordando que a população do concelho "também é Portugal", face à possibilidade de encerramento da repartição de finanças, depois de anunciado também o fecho do tribunal.

"Ninguém falou com a Câmara de Paredes de Coura, o que sabemos é da lista que há vários meses circula na comunicação social. Mas as pessoas de Paredes de Coura também são Portugal e estão a fazer um grande esforço contra a resignação", afirmou hoje à Lusa o autarca socialista Vítor Pereira.

Aquele concelho do interior do distrito de Viana do Castelo é um dos cinco da região que, segundo uma lista divulgada em 2013, poderão perder as respetivas repartições de finanças.

Os restantes quatro autarcas - Caminha, Valença, Ponte da Barca e Melgaço - dizem igualmente desconhecer qualquer informação oficial de encerramento destes serviços.

O Governo comprometeu-se entretanto a encerrar metade das repartições de finanças do país até ao final de maio, devendo a lista das unidades a fechar ter sido concluída até ao final do primeiro trimestre, de acordo com o memorando de políticas económicas e financeiras que acompanha o relatório do Fundo Monetário Internacional sobre a 11.ª avaliação ao Programa de Ajustamento Económico e Financeiro.

"São medidas para agradar à 'troika' e não por racionalidade económica. Surgem quando os municípios fazem enormes esforços de desenvolvimento e veem o Governo em rota de colisão, porque não faz a verdadeira reforma do Estado", criticou o socialista Vítor Pereira.

O autarca de Paredes de Coura, o concelho mais isolado do Alto Minho e com apenas 9.000 habitantes, viu o Governo confirmar em fevereiro o fecho do tribunal da comarca, no âmbito da reorganização do mapa judiciário. Poderá agora perder também as finanças locais, como o próprio Vítor Pereira tem repetido publicamente nos últimos meses.

"Numa altura em que uma nova geração de autarcas tenta apostar no desenvolvimento, juntamente com os empresários e as populações, o sinal que o Governo dá às pessoas é de encerrar os serviços no interior, de que tanto fala. Como se isso fosse a tábua de salvação", lamentou ainda o presidente da Câmara de Paredes de Coura.

O possível encerramento destes serviços na região já foi levado à Assembleia da República no final de 2013 pelo socialista Jorge Fão. O deputado eleito por Viana do Castelo pediu ao Ministério das Finanças para clarificar se pretende encerrar repartições de Finanças em metade dos concelhos do distrito.

No requerimento, Jorge Fão questiona o ministério liderado por Maria Luís Albuquerque sobre se "confirma" que os concelhos de Caminha, Melgaço, Paredes de Coura, Ponte da Barca e Valença "poderão ver encerradas as respetivas repartições de finanças". Ou seja, em metade dos concelhos do distrito, tendo justificado na altura este pedido com as declarações de um membro do Governo e dos dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores de Impostos.

PVJ // ZO

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