Câmara dos Representantes dos EUA vota comando da AFRICOM nos Açores

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Porto Canal / Agências

Washington, 15 abr (Lusa) - A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos vai votar a instalação do comando avançado norte-americano para a África (AFRICOM) na Base das Lajes, na ilha Terceira, Açores.

A proposta legislativa, chamada 'Africa Counter Terrorism Initiative Act', foi avançada pelo congressista republicano Devin Nunes e tem o objetivo de deslocar as forças do AFRICOM da Alemanha para o território continental dos Estados Unidos e transformar as Lajes na sua única base avançada.

Neste momento, a proposta legislativa aguarda no Comité das Forças Armadas da Câmara dos Representantes. Devin Nunes tem agora de reunir com o presidente da instituição, John Boehner, para agendar quando é que a proposta legislativa será discutida.

A proposta de lei tem 40 apoiantes (co-sponsors), sendo apenas quatro do partido Democrata.

"Deslocar o AFRICOM para os Estados Unidos vai poupar dezenas de milhões de dólares por ano. E, devido à sua posição geográfica única, as Lajes seriam a base avançada operacional ideal para o comando", explicou o diretor de comunicações de Devin Nunes, Jack Langer, à agência Lusa.

Na proposta de lei, o congressista diz que "é do interesse nacional poupar milhões de dólares por ano e criar milhares de postos de trabalhos deslocando a sede do AFRICOM de Estugarda, na Alemanha, para o território continental dos EUA.

No texto, o congressista de origem açoriana diz que, segundo estudos do governo, o custo de manter o comando nos EUA seria 60 a 70 milhões de dólares inferior ao atual, sendo que o custo com despesas de habitação e custo de vida baixaria de 81 para 19 milhões anuais.

"[A deslocação] poderá criar até 4.300 postos de trabalho, com um impacto na economia local que irá variar entre os 350 e os 450 milhões anuais", acrescenta.

Nunes considera depois "particularmente preocupante" a decisão de destacar tropas para a base Moron, em Espanha, onde a "prontidão e eficiência das tropas é condicionada pela falta de infraestruturas."

A Base das Lajes, pelo contrário, acrescenta o congressista, "levou a cabo melhorias nas suas infra-estruturas de mais de 150 milhões de dólares nos últimos 12 anos."

"A localização estratégica das Lajes, as melhorias das infraestruturas, o espaço aéreo sem restrições e as extraordinárias condições de treino para todas as forças fazem dela um ativo fundamental e a base avançada operacional ideal para o AFRICOM", defende Nunes.

Caso a proposta legislativa seja aprovada, a Secretaria de Defesa terá seis meses para elaborar um plano de mudança. A deslocalização terá depois de acontecer seis meses após a conclusão desse plano.

Segundo a lei, o plano deve estudar como "transferir os ativos norte-americanos para a Base das Lajes, com o objetivo de ser a única operação avançada, centro logístico e centro de ativos do AFRICOM."

O plano deverá incluir ainda a relocalização da "Special-Purpose Marine Air-Ground Task Force Crisis Response", uma unidade especializada da Marinha norte-americana, da base espanhola de Moron para as Lajes.

Um último ponto da proposta legislativa estabelece que, "com efeito pelo menos até ao fim do avaliação quadrienal da defesa em 2018, a Base das Lajes deve manter a sua operação 24 horas por dia, ao mesmo nível de prontidão de 2012 ou acima."

Em dezembro do ano passado, a Câmara dos Representantes e o Senado chegaram a um acordo orçamental que viabiliza o orçamento federal e evita nova paralisia dos serviços nos próximos dois anos.

Esse acordo inclui uma alínea que adia a decisão sobre a redução da presença na Base das Lajes, na ilha Terceira, até à divulgação do Relatório de Avaliação das Infraestruturas Europeias.

O relatório está a ser conduzido pela secretaria de Defesa desde o início do ano passado e deve ser divulgado esta primavera.

No ano passado, os norte-americanos previam uma redução do seu contingente das Lajes em mais de 400 militares e 500 familiares com efeitos no verão de 2014.

AYS // APN

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