Peça "Ou estás comigo" junta marginais e burguês em palco para expor temas fraturantes

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Porto Canal com Lusa

Porto, 20 jul 2020 (Lusa) -- A peça "Ou estás comigo", que se estreia na sexta-feira no Palácio do Bolhão, no Porto, junta quatro marginais e um burguês para, em palco, expor temas fraturantes da "politização" e do "capitalismo fácil", revelou hoje o encenador.

"É sobretudo uma vontade de quatro marginais que não são politizados e matam e, esses mesmos quatro marginais tornam-se politizados, começam a pensar, a perceber onde estão enquadrados no mundo e, uma vez politizados, matam", explicou Paulo Mota.

Em declarações aos jornalistas, à margem do ensaio de imprensa do espetáculo "Ou estás comigo", da Palimpsesto PAP, o grupo de Prova de Aptidão Profissional da ACE Escola de Artes, o encenador afirmou que esta é uma peça "bastante agressiva, densa e macabra".

Em palco, a história de quatro marginais e de um burguês colide com o "interesse imobiliário". A intenção de comprar o "barraco" dos marginais, leva estes a matarem o burguês e dele restar apenas um "livrinho vermelho" - pequeno manual de conduta -- que expõe assuntos fraturantes.

"Há de facto temas que são fraturantes e que significa que não há uma zona neutra. Eles falam de várias coisas no livro vermelho, mas o interesse imobiliário é um tema fraturante. Se queres insuflar a cidade com dinheiro turista e não te importas de tirar um barraco a quatro pessoas", afirmou.

Paralelamente, outra das questões abordadas na peça é "a morte de um fascista", segundo Paulo Mota, que afirmou ter sido o deputado e líder do Chega, André Ventura, o "mote para ter saído de casa todos os dias e mostrar textos políticos a jovens de 16 e 17 anos".

"É na arte que se deve refundar mitologias mais basais, refundar narrativas e lutar contra essas narrativas. Estes quatro marginais não têm poder de compra, não têm poder em tribunal, mas podem matar", referiu, acrescentando, no entanto, que o grupo é também "retrato da lavagem cerebral do capitalismo", isto porque ainda que passem fome, todos possuem telemóveis. 

Depois de ficarem com o "livrinho vermelho", onde se encontram escritos e pensamentos filosóficos "de esquerda e de direita" do burguês, um dos jovens marginais começa a ficar "reticente" quanto à morte do burguês, o que leva o grupo a matá-lo.

"Quem não se predispõe a ser injusto, acaba no caixote do lixo", é este o mote do espetáculo que se estreia na sexta-feira e que combina o "trabalho físico com o textual".

"Ver os atores a trabalharem algo que é fisicamente e textualmente um só. Somos todos corpo e mente. Acho que é um grande desafio para eles [jovens atores] que terminaram a escola, combinar tudo isto", salientou Paulo Mota.

O espetáculo, cujo texto é de Constança Carvalho Homem, fica em cena no Palácio do Bolhão até ao dia 30 de julho.

 

SPYC // MAG

Lusa/Fim.

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