Algumas empresas, como a Apple, alertaram os investidores para a possibilidade de o COVID-19 ter impactos negativos nas vendas dos seus produtos, afirmando ainda que muito dificilmente iriam alcançar as metas do primeiro trimestre de 2020.

Esta previsão veio a confirmar-se, os interessados em comprar ações da Apple viram as ações em declínio tendo em consideração que a 12 de fevereiro de 2020 a cifra era de 300,72€ descendo posteriormente até aos 210,75€ a 20 de março de 2020. Este efeito pandémico financeiro não está reservado à Apple, aliás, a gigante norte-americana foi das menos afetadas. Outras empresas com grande solidez, como é o caso da Tesla, ressentiram-se magnanimamente perante esta inevitável crise (no espaço de um mês a Tesla desceu de 842,65€ para 329,74€ por ação). O caos foi inevitável, generalizado e com especial incidência na área da alta tecnologia.

A volatilidade dos mercados financeiros não é novidade nenhuma, os altos e baixos dos valores mobiliários (onde se incluem as ações) são expectáveis e fazem parte do dia-a-dia dos investidores da bolsa. A chegada do COVID-19 levou a maioria dos países a impor medidas drásticas, desde o recolher obrigatório, quarentena, pressão para isolamento voluntário e, em alguns casos, cercas sanitárias. Estas medidas completamente atípicas, embora expectáveis, tiveram um impacto significativo e previsível nos mercados.

Por outro lado, o isolamento social e quarentena fortaleceram algumas empresas que beneficiaram no meio desta tempestade. Mais tempo em casa significa dedicar mais horas a filmes e séries, assim, a Netflix, apesar de uma ligeira descida no preço das suas ações em março de 2020, mantém um valor estável, inclusive com crescimento em alguns períodos. No início de fevereiro, cada ação da Netflix rondava os 339,19€, e os mercados fecharam a 6 de abril 2020 com o valor de 349,02€ por título. Imposição de trabalho remoto significa mais reuniões por videoconferência, consequentemente, cada ação da Zoom valia cerca de 78,18€ no início de fevereiro, tendo alcançado 145,88€ a 23 de março de 2020.

Como podemos desde já constatar, empresas que baseiam os seus negócios em serviços remotos, entretenimento à distância, vendas online, entre outros, vão provavelmente prosperar perante esta situação. A Amazon concentra o seu negócio em vendas online, portanto, as suas ações estão atualmente completamente estabilizadas, enquanto, por exemplo, a Best Buy, que depende maioritariamente de superfícies comerciais abertas ao público, contínua em declínio contínuo.

Felizmente, a solidez e presença no mercado de companhias como a Apple faz com que esta queda seja temporária, aliás, desde 23 de março de 2020 que tem havido uma subida praticamente contínua no valor por ação, cifrando-se já a 6 de abril de 2020 nos 240,62€.

No que diz respeito à compra de ações, são alturas como esta que dão uma inacreditável vantagem ao investidor. Comprar ações da Apple, neste momento, é como adquirir um artigo em saldos, e, analisando os títulos da Apple no último ano, o anúncio e lançamento do Iphone 11 causou um aumento drástico no valor das suas ações. Aquando do seu lançamento, em 20 de setembro de 2019, o valor das ações rondava 201,14€, tendo atingido um valor de 298,57€ no espaço de 5 meses (um ROI - Return on Investment de 48.62%) e, claro está, não podemos ignorar que já circulam rumores palpáveis sobre o novo Iphone 12.

A sabedoria popular ensina que depois da tempestade vem a bonança, isto certamente verificar-se-á relativamente à saúde, à economia em geral e aos mercados financeiros em particular.