Quetta, Paquistão, 15 jun (Lusa) -- Pelo menos 23 pessoas morreram hoje em dois atentados à bomba em Quetta, na província do Baluquistão, na zona sudoeste do Paquistão, segundo um novo balanço das autoridades locais.

Doze estudantes foram mortas e 20 pessoas ficaram feridas num primeiro atentado contra um autocarro de estudantes universitárias, enquanto mais onze pessoas morreram num segundo atentado perpetrado pouco tempo depois do primeiro junto ao hospital que acolheu as vítimas, segundo a mesma fonte.

Quarenta pessoas ficaram ainda feridas em consequência dos atentados naquela cidade de maioria sunita.

Quetta é a capital da província do Baluquistão, uma região instável na fronteira com o Irão e o Afeganistão e bastião de grupos de rebeldes islamitas e/ou independentistas.

Os dois atentados de hoje não foram ainda reivindicados, mas, ao longo deste ano, a cidade foi palco de vários atentados sangrentos contra a minoria xiita, alguns dos quais reivindicados pelo grupo armado sunita Lashkar-e-Jhangvi, que considera os xiitas os hereges do islão.

A primeira bomba estava dissimulada num autocarro destinado a estudantes universitárias, disse o chefe da polícia de Quetta, Zubair Mahmood.

O engenho explodiu quando o carro abandonava a universidade e "todos os mortos eram estudantes", acrescentou.

Entre os feridos encontram-se vários estudantes, alguns dos quais em estado crítico, precisou Fayyaz Sumbal, outro oficial da polícia local.

A segunda explosão, seguida de incêndio, ocorreu pouco depois no serviço de urgência do Bolan Medical Complex, o principal hospital de Quetta, no momento em que as mulheres feridas davam entrada no hospital.

Este segundo atentado causou 11 mortos e 17 feridos, informou um porta-voz das forças paramilitares do corpo fronteiriço, acrescentando ter ocorrido quando os pais e amigos das vítimas acorriam em massa ao hospital.

Ao mesmo tempo, desconhecidos abriram fogo do interior do hospital, dos quais resultaram feridos, um dos quais funcionário do estabelecimento hospitalar, referiu a televisão pública.

Mais de seis mil pessoas morreram nos últimos seis anos no Paquistão em atentados cometidos por talibãs aliados à Al-Qaida ou por grupos de radicais islâmicos.

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