CDS/Congresso: Nuno Melo admite que partido estava saturado do "portismo"

| Política
Porto Canal com Lusa

Aveiro, 26 jan 2020 (Lusa) -- A líder cessante do CDS-PP, Assunção Cristas, deixa na segunda-feira o cargo de deputada na Assembleia da República, sendo substituída por João Gonçalves Pereira, líder da distrital de Lisboa do partido, adiantou o próprio à Lusa.

"A partir de amanhã tomarei posse na Assembleia da República, sempre com o mesmo espírito de missão das outras vezes que estive no parlamento e, portanto, espero estar à altura, mais uma vez, de cumprir aquilo que são os desafios do partido em sede parlamentar", disse à Lusa o líder da distrital de Lisboa do CDS-PP.

João Gonçalves Pereira -- o nome que se segue na lista de candidatos que o CDS apresentou por Lisboa às eleições legislativas - já foi deputado e é também vereador na Câmara Municipal de Lisboa, onde continuará ao lado da líder cessante.

A data da saída, apontou, foi combinada "em perfeita harmonia com a Assunção Cristas".

"Aliás, ela já o tinha anunciado publicamente e, portanto, é um processo natural de transição", entende Gonçalves Pereira.

Pouco dias depois de ter anunciado que iria deixar a presidência do CDS-PP, Cristas adiantou que sairia igualmente do parlamento depois do 28.º Congresso, que hoje termina. A partir de agora, mantém-se como vereadora na Câmara de Lisboa e como docente universitária.

À Lusa, Gonçalves Pereira apontou que vai propor que os deputados centristas defendam na Assembleia da República "algumas ideias deste congresso" e das propostas apresentadas pelos órgãos de Lisboa ao congresso.

"Espero que seja um trabalho profícuo e com resultados, não só para o partido mas acima de tudo para o país", salientou.

Agora, segue-se "uma conversa esta semana com a líder parlamentar", Cecília Meireles, para definir que a que pastas é que o deputado se irá dedicar e que comissões integrará.

"Normalmente essas pastas transitam, normalmente é essa a prática, [mas] não quer dizer que não possa haver um ou outro ajuste", assinalou, ressalvando que "seguramente não haverá nenhum problema".

Apesar de conhecer alguns dos assuntos tratados por Cristas, existem outros que vê como uma oportunidade: "ela tem ali outras que têm enormes desafios, e onde eu acho que posso trazer e criar valor parlamentar às mesmas".

Assim, João Gonçalves Pereira deverá integrar as comissões de Agricultura e Mar, Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação e, ainda, Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, a única que "não seria uma novidade" para o autarca.

Questionado sobre o facto de os deputados terem manifestado apoio a João Almeida, cuja moção foi a segunda mais votada, o dirigente centrista mostrou-se "disponível para ajudar o candidato que saísse desta liderança".

Apontando que "há sempre um desafio que se impõe, de relacionamento entre o grupo parlamentar e a direção" de Francisco Rodrigues dos Santos, o centrista não antevê "que possa haver particular problema".

"As pessoas que estão no parlamento são pessoas responsáveis, no partido também e, portanto, eu penso que desde que haja canais de comunicação e de diálogo permanentes, não vejo nenhuma razão a que haja algum problema", salientou.

FM // SF

Lusa/Fim

Aveiro, 26 jan 2020 (Lusa) -- António Carlos Monteiro, apoiante de João Almeida, recusou hoje ter havido qualquer entendimento prévio com o futuro líder do CDS-PP, Rodrigues dos Santos, para um cargo na direção e frisou que deixou sempre claro que era amigo "dos dois".

Atual chefe de gabinete do grupo parlamentar do CDS-PP, António Carlos Monteiro, ex-deputado e antigo secretário-geral do partido na direção de Paulo Portas, disse que aceitou o "convite pessoal" de Francisco Rodrigues dos Santos para uma das vice-presidências do CDS-PP depois de informar João Almeida que tinha sido convidado, considerando que "não há caso" nenhum sobre este assunto.

"Eu tive o cuidado de deixar sempre claro que sou amigo dos dois, sempre fui amigo dos dois, disse ao Francisco Rodrigues dos Santos que apoiava João Almeida, apesar de Francisco ter dito que gostaria de contar comigo, eu disse que iria estar com João Almeida e estive com João Almeida até ao fim e votei em João Almeida", disse.

Em declarações aos jornalistas no Parque de Exposições de Aveiro, onde hoje termina do 28.º congresso do CDS-PP, com a eleição dos novos órgãos dirigentes, António Carlos Monteiro foi confrontado com declarações anteriores do seu ex-colega de bancada João Almeida, que perdeu a corrida à liderança do partido, afirmando ser "mentira" que o convite de Rodrigues dos Santos tenha sido feito na sua presença.

"Eu estava com João Almeida quando o Francisco Rodrigues dos Santos me chamou, eu falei com o Francisco e voltei ao João Almeida e contei o que tinha acontecido", esclareceu António Carlos Monteiro.

O novo dirigente escusou-se a clarificar se informou João Almeida que tinha aceitado o convite, respondendo apenas que "disse que estava a pensar".

"Disse que estava a pensar e essa conversa não a vou revelar porque é uma conversa pessoal", disse António Carlos Monteiro, frisando que foi apoiante de João Almeida "até ao fim" e que votou nele para a liderança do partido.

António Carlos Monteiro recusou ter havido qualquer negociação ou outro tipo de entendimento com Francisco Rodrigues dos Santos e que o convite para integrar a nova direção foi "um convite pessoal".

"Eu apoiei o João Almeida, eu votei no João Almeida. O Francisco Rodrigues dos Santos disse-me `eu sei que votaste no João Almeida mas eu quero contar contigo´", relatou.

À chegada ao Congresso e após questionado pelos jornalistas, João Almeida disse ser "mentira" que tenha estado presente na altura do convite.

"O convite não tem problema nenhum, o presidente do partido é livre de convidar quem quiser e, obviamente, quem quiser aceita, ou não. Não precisa é, para legitimar o facto de ter aceite, dizer que houve o envolvimento de quem não esteve envolvido", considerou João Almeida.

João Almeida contraria assim as declarações anteriores do seu ex-colega de bancada António Carlos Monteiro que, à chegada ao Congresso, tinha afirmado: "Eu estava com João Almeida na altura que me fizeram o convite".

"Eu ouvi as declarações, ouvi que o convite foi feito na minha presença e é mentira", afirmou Almeida aos jornalistas à chegada ao pavilhão no último dia de trabalhos do 28.º Congresso do CDS-PP.

SF (FM) // JPS

Lusa/fim

Aveiro, 26 jan 2020 (Lusa) -- O eurodeputado Nuno Melo admitiu hoje que o 28.º congresso do CDS marca "um novo ciclo", com o fim do "portismo", e disse esperar que o novo líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos dê "continuidade" a esse legado.

À chegada ao Parque de Exposições de Aveiro, onde decorre o congresso, Nuno Melo afirmou ter sido evidente, no congresso e nas votações, que se abriu "um novo ciclo", em que "os militantes decidiram e quiseram alterar a liderança", e disse esperar que o novo líder tenha "capacidade de unir".

Questionado se o partido estaria saturado dos dirigentes associados ao "portismo", Melo afirmou: "Manifestamente que sim. De resto, o congresso mostrou durante os trabalhos e mostrou principalmente votando."

Nuno Melo disse acreditar que Francisco Rodrigues dos Santos "perceba que muito do melhor do partido está em quem perdeu este congresso", dado que o CDS "não se resume a 2019", quando os centristas tiveram duas derrotas, na europeias e nas legislativas.

O antigo deputado, na liderança de Portas, fez mais um elogio o "consulado do portismo", que se traduziu "numa das mais extraordinárias da vida do CDS", porque foi com ele que "o partido se reergueu" de uma série de maus resultados eleitorais.

Esse grupo dentro do partido "não estava gasto", mas agora Nuno Melo espera que Francisco Rodrigues dos Santos possa dar "uma continuidade!" a esse "legado, integrando o melhor que aí nasceu".

NS // JPS

Lusa/fim

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