Mina de lítio em Montalegre terá exploração mista e unidade industrial

Mina de lítio em Montalegre terá exploração mista e unidade industrial
| Norte
Porto Canal com Lusa

O projeto de exploração de lítio, em Montalegre, propõe uma exploração mista, a céu aberto e subterrânea e prevê a criação de uma unidade industrial e de "370 empregos" até 2025, segundo o Estudo de Impacte Ambiental (EIA).

O EIA do projeto "Concessão de Exploração de Depósitos Minerais de Lítio e Minerais Associados -- "Romano", a que a agência Lusa teve, este sábado, acesso, foi entregue a 06 de janeiro à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) pela Lusorecursos Portugal Lithium.

A concessão corresponde a uma área de 825,4 hectares, inseridos nas freguesias de Morgade e Sarraquinhos, no concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, e está a ser alvo de contestação por parte da população local que aponta preocupações ao nível da dimensão da mina e consequências ambientais, na saúde e na agricultura.

De acordo com o resumo não técnico do EIA, a exploração na concessão "Romano" será "mista", efetuando-se primeiro a céu aberto e depois em subterrâneo.

"Esta solução permite reduzir o impacte no ambiente, principalmente no que diz respeito à afetação da paisagem e na redução de emissões, ao mesmo tempo que mantém a viabilidade económica do projeto", refere o documento.

A mineração a céu aberto seguirá uma "exploração em bancadas, em que da cota mais elevada (980 metros) o terreno irá ser reduzido a uma zona plana, à cota 920 metros.

Os escombros resultantes da exploração a céu aberto são "os resíduos mais proeminentes da exploração, pela grande quantidade e volume produzidos", no entanto, prevê-se que "sejam colocados num aterro temporário, sendo posteriormente utilizados no enchimento de galerias já exploradas resultantes das atividades subterrâneas".

A exploração vai centrar-se na freguesia de Morgade e o projeto contempla ainda a construção de um Complexo de Anexos Mineiros, onde será feita a transformação do minério extraído e que inclui unidades de concentração, hidrometalúrgica, fábrica de produtos cerâmicos, armazéns e serviços administrativos.

Na unidade hidrometalúrgica será produzido o hidróxido de lítio mono-hidratado para ser utilizado em baterias, totalizando, ao longo dos 20 anos da concessão, uma produção aproximada de "425.000 toneladas".

Durante o período de atividade do projeto, os "principais resíduos gerados provêm dos processos que ocorrem na exploração propriamente dita e no Complexo de Anexos Mineiros".

Do processo que visa a obtenção de hidróxido de lítio mono-hidratado irão "ser geradas lamas que serão filtradas e secas, sendo posteriormente enviadas para um depósito de estéreis, juntamente com o material estéril em lítio resultante das atividades mineiras".

A exploração mineira e o complexo industrial vão necessitar de utilizar "grandes quantidades de água", sendo que se prevê que cerca de 80% seja proveniente de um processo de reutilização.

O EIA aponta que, na zona de extração, apenas é contabilizado o valor de consumo de água em contexto subterrâneo para efeitos de perfuração de rocha e que, "considerando uma produção média de 1.500.000 de toneladas/ano", os consumos estimado dos equipamentos necessários "são de 300 metros cúbicos por dia de água".

Para o complexo industrial estima-se que sejam utilizados cerca de "4500 metros cúbicos por dia de água".

As origens de água apontadas são internas, como "captações nas áreas afetas à extração, captações de águas pluviais, origem na reciclagem de esgotos domésticos através de sistemas de tratamento e captações em represas de interceção do escoamento superficial" e ainda externas, nomeadamente a "bombagem a partir da albufeira do Alto Rabagão e o fornecimento a partir da Águas do Norte".

O documento refere que se procurou "a instalação de um processo que permitisse reciclar e reutilizar a água, diminuindo ao máximo as descargas em meio hídrico".

A solução, acrescenta o estudo, passa pela instalação de três reservatórios e três lagoas, associados aos quais estão uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), Estação de Tratamento de Águas Industriais (ETAI), uma bacia de retenção e seis pontos de descarga.

O projeto refere ainda que o fornecimento de energia no Complexo de Anexos Mineiros será feito através de uma rede de abastecimento público e de painéis fotovoltaicos, que terão uma potência instalada de 50 megawatts.

O objetivo é, até 2025, criar "cerca de 370 postos de trabalho", relativos ao processo de extração (138), processo industrial (200) e outras atividades (20).

O EIA será sujeito a uma avaliação por uma comissão composta por várias entidades e, posteriormente, sujeito a uma consulta pública. A agência Lusa pediu esclarecimentos adicionais à APA sobre este processo, não tendo obtido qualquer resposta.

O projeto tem como entidade responsável pelo licenciamento a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), condicionada à Avaliação de Impacte Ambiental (AIA).

+ notícias: Norte

Atleta de 43 anos morre na maratona de Aveiro

Um atleta de 43 anos que participava este domingo na maratona de Aveiro sofreu uma paragem cardiorrespiratória no decorrer da prova, acabando por morrer, disse à Lusa fonte da Câmara de Aveiro.

Encontrada com vida mulher de 87 anos que estava desaparecida em Viseu

A mulher de 87 anos que estava desaparecida em Nogueira de Cota, no concelho de Viseu, foi encontrada durante a tarde deste domingo “com vida e bem de saúde”, disse à agência Lusa fonte da GNR.

Há 400 presépios para ver em Barcelos

Em Barcelos desde o início deste mês que estão em exposição em vários espaços mais de 400 presépios de artesãos do concelho. Uma óptima oportunidade para conhecer mais e melhor do artesanato barcelense.