Misericórdia oferece à Universidade do Porto exemplar da Constituição em braille
Porto Canal / Agências
Porto, 14 mar (Lusa) -- A Santa Casa da Misericórdia do Porto entregou hoje à Universidade do Porto o primeiro exemplar da "primeira edição" da Constituição da República Portuguesa em braille, numa cerimónia integrada nos 515 anos de existência da Misericórdia portuense.
"Foi um trabalho que demorou dois a três meses a ser concluído, porque foi preciso traduzir para braille o texto constitucional e realizar todo o trabalho de produção inerente (...). Não é um livro simples, são onze livros desenvolvidos com os vários artigos da Constituição da Republica", explicou o provedor António Tavares.
Segundo este responsável, foram ainda elaborados mais dois exemplares, "provavelmente exemplares únicos", que posteriormente serão entregues na Assembleia da República e na Presidência da República.
"A imprensa braille na Santa Casa da Misericórdia do Porto tem 50 anos, foi a primeira a surgir no país", salientou António Tavares, referindo que o Centro Professor Albuquerque e Castro tem como objetivo produzir livros, publicações e outros materiais em Braille, para tornar acessível a informação, cultura e literacia aos invisuais.
O reitor José Marques dos Santos congratulou-se com o facto de a Universidade do Porto ser "a primeira universidade portuguesa a dispor de uma Constituição em braille. Também aqui somos um exemplo e uma referência para o país".
"Preocupam-nos muito os cidadãos com necessidades educativas especiais, temos um gabinete específico para apoiar todos os estudantes nessas circunstâncias, sejam invisuais ou portadores de deficiências auditivas, motoras e outras. Procuramos criar condições para que eles possam ultrapassar essas dificuldades", disse.
Marques dos Santos acrescentou que a cooperação com a Misericórdia do Porto tem vindo a ser "aprofundada", referindo que "têm sido realizadas reuniões para se elaborarem projetos conjuntos em várias áreas".
"Estamos a definir áreas concretas de colaboração, desde o património, história, áreas sociais, voluntariado e de investigação. Há de facto muitas áreas onde é possível realizar cooperação ativa e mutuamente benéfica para as duas instituições", afirmou.
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