Primeiro-ministro diz que Maria Luís Albuquerque não negociou contratos tóxicos
Porto Canal / Agências
Lisboa, 14 jun (Lusa) - O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assegurou hoje que a secretária de Estado do Tesouro não negociou contratos "tóxicos" ou "especulativos" quando estava na REFER, após o BE ter questionado a permanência de Maria Luís Albuquerque no Governo.
"O IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública) fez essa avaliação de risco, ela é pública (...) nos termos dessa informação é sabido que aquilo que era considerado tóxico e altamente especulativo não está entre os produtos negociados pela então diretora financeira da REFER", afirmou o chefe do Governo.
Durante o debate quinzenal, no Parlamento, a coordenadora bloquista, Catarina Martins, afirmou que, segundo uma auditoria enviada à comissão de inquérito aos contratos 'swap', a "REFER fez contratos especulativos tóxicos, classificados com 3 e 4 [lesivos para o Estado] e portanto inaceitáveis".
Neste contexto, Catarina Martins interrogou "como é que Maria Luís Albuquerque continua a ser secretária de Estado do Tesouro e Finanças", após vários secretários de Estado terem abandonado o executivo e a demissão de gestores de empresas públicas.
Passos Coelho referiu o relatório do IGCP para contrariar a afirmação da líder do BE e adiantou que a secretária de Estado do Tesouro e Finanças "desde a primeira hora" colocou "o seu lugar a disposição se, embora sabendo disto, houvesse o prejuízo de a demagogia fácil pretender denegrir a posição do Governo".
"Mas eu não ando apenas atrás de matérias demagógicas e não consideraria qualquer possibilidade de substituir a senhora secretária de Estado a menos que tivesse fundadas dúvidas de que poderia algum prejuízo para o Estado resultar da sua permanência no Governo, e não é o caso", sustentou.
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