Autarca de Braga diz que buscas da PJ se relacionaram com uma colaboradora
Porto Canal com Lusa
Braga, 12 jun 2019 (Lusa) -- O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, disse à Lusa que as buscas que a Polícia Judiciária (PJ) fez hoje no município se prenderam com um processo de uma colaboradora que ali fez um estágio em 2015.
"A única coisa que nos pediram foi um processo de recursos humanos, referente a uma colaboradora que já nem sequer está no município", referiu.
A Polícia Judiciária (PJ) realizou hoje buscas em 18 câmaras municipais do Norte e Centro de Portugal relacionadas com um alegado esquema fraudulento de viciação de procedimentos de contratação pública, informou fonte policial.
Segundo Ricardo Rio, a colaboradora em questão esteve no município em 2015, no âmbito do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL).
Fez esse estágio "na área da educação" e cumpriu depois um Contrato de Emprego-Inserção.
"Facultámos, obviamente, toda a informação solicitada", disse também o autarca, assegurando que ninguém foi constituído arguido.
A operadora de transportes públicos Transdev é uma das visadas nas buscas, disse à Lusa fonte policial.
A operação, com o nome de código "Rota Final", incluiu também buscas em entidades públicas e empresas, sendo realizadas pela Diretoria do Norte da PJ, com o apoio de vários departamentos de investigação criminal e da Diretoria do Centro, no âmbito de um inquérito titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra.
As 18 câmaras municipais alvo de buscas foram as de Águeda, Almeida, Armamar, Belmonte, Barcelos, Braga, Cinfães, Fundão, Guarda, Lamego, Moimenta da Beira, Oleiros, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Sertã, Soure, Pinhel e Tarouca.
"Mediante atuação concertada de quadros dirigentes de empresa de transporte público, de grande implementação em território nacional com intervenção de ex-autarcas a título de consultores, beneficiando dos conhecimentos destes, terão sido influenciadas decisões a nível autárquico com favorecimento na celebração de contratos públicos de prestação de serviços de transporte, excluindo-se das regras de concorrência, atribuição de compensação financeira indevida e prejuízo para o erário público", afirma a PJ, em comunicado a propósito deste caso.
Também no recrutamento de funcionários se terão verificado situações de favorecimento, ainda segundo a PJ.
Ricardo Rio admitiu não entender a relação entre as buscas realizadas no município e a investigação dos transportes.
"A única coisa que nos pediram a nós foi um processo de recursos humanos, não tem nada a ver com transportes", referiu.
O autarca manifestou-se "tranquilo" em relação ao processo.
"Não tempos absolutamente nada que possa ter sido feito de forma incorreta neste processo, que eu tenha conhecimento", disse ainda.
Ao todo, a PJ revelou ter realizado 50 buscas, envolvendo 200 elementos da Polícia Judiciária - inspetores, peritos informáticos, peritos financeiros e contabilísticos.
VCP/(CCM/JGJ) // JAP
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