BE defende novas eleições autárquicas em Santo Tirso
Porto Canal com Lusa
O Bloco de Esquerda (BE) defendeu hoje novas eleições autárquicas em Santo Tirso em nome da “clarificação” do panorama político na autarquia, após Joaquim Couto ter renunciado à presidência do executivo.
Em comunicado, o BE defende que o “Partido Socialista não apresenta mais condições políticas para cumprir o restante mandato autárquico na Câmara Municipal”, baseando-se, para tal, no facto de Alberto Costa, o ex-vice que é agora presidente da câmara, “estar também constituído arguido num outro processo”.
Joaquim Couto, arguido da Operação “Teia”, renunciou no domingo ao cargo na Câmara, bem como a todos os cargos públicos e políticos, na sequência de ter sido detido a 29 de maio. Alberto Costa é arguido num processo que investiga a aquisição de uma viatura elétrica por aquela câmara do distrito do Porto.
“Assim sendo, por uma razão de coerência política, só pode tomar o mesmo ato de demissão do anterior presidente da câmara. O Bloco de Esquerda de Santo Tirso acha assim impreterível uma clarificação política no concelho”, refere no documento.
Nesta lógica, o BE entende ser “necessário chamar, novamente, os tirsenses a pronunciarem-se, em urna, sobre o caminho que o concelho deve seguir”.
Alberto Costa assumiu hoje a presidência da Câmara de Santo Tirso, bem como as pastas da Inovação e Regeneração Urbana, no âmbito do novo executivo que conta agora com Nuno Linhares como vereador.
Além de Joaquim Couto, foram também detidos no âmbito da operação "Teia" a sua mulher, a empresária Manuela Couto, o presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes, e o ex-presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Laranja Pontes.
O ex-presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, vai esperar julgamento em liberdade com uma caução de 40 mil euros, enquanto Manuela Couto e o autarca de Barcelos ficaram em prisão domiciliária com pulseira eletrónica.
Laranja Pontes, ex-presidente do IPO/Porto, que saiu em liberdade a troco de uma caução de 20 mil euros.
A operação "Teia" centra-se nas autarquias de Santo Tirso e Barcelos, bem como no IPO/Porto e nas empresas de Manuela Couto. Investiga suspeitas de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio, traduzidas na "viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto", segundo comunicado da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, o órgão de polícia criminal que apoia o Ministério Público neste caso.