Dia da mãe assinalado com publicação de contos inéditos e romance autobiográfico

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 16 abr 2019 (Lusa) - A Companhia das Letras publica hoje dois livros que têm como tema central a mãe, a propósito do Dia da Mãe, que se assinala no próximo mês, um romance autobiográfico e uma compilação de contos inéditos de escritoras portuguesas.

"Mães que tudo" é um conjunto de nove contos da autoria de Ana Margarida de Carvalho, Cláudia Clemente, Djaimilia Pereira de Almeida, Filipa Martins, Isabela Figueiredo, Isabel Lucas, Luísa Costa Gomes, Marlene Ferraz e Raquel Ribeiro.

Trata-se de olhares singulares sobre ser mãe ou escolher não ser mãe, sobre ser filha ou mãe da mãe, explica a editora.

"Histórias tão surpreendentes quanto comoventes de mães que ficam, mães que partem, mães que cuidam, mães que afastam, mães que libertam, mães que amam de menos ou de mais, mães que tudo", acrescenta.

No conto que abre o livro, "Aia ao contrário é sempre aia", Ana Margarida Carvalho escreve que "a condição das mães tornava-as vulneráveis, colocadas despidas e com uma venda diante de um pelotão de fuzilamento, reféns de uma outra vida que elas não suportariam perder".

Isabela Figueiredo compara a mãe a um coração, no conto "Terra", no qual considera que "perder a mãe é como uma arritmia cardíaca. Uma pessoa saudável não se lembra que tem coração, mas, se este adoece, torna-se-lhe o centro da atenção".

Perspetiva diferente da apresentada pela escritora Djaimilia Pereira de Almeida, em "Terra Santa", patente num diálogo: "olha que a tua mãe quando fala a sério não é cá para fingir que não estás a ouvir, porque isto são mesmo profecias divinas. A tua mãe é profeta".

O outro livro sobre o mesmo tema, "Filho da mãe", da autoria de Hugo Gonçalves, é um romance autobiográfico sobre o que é crescer sem mãe.

Perto de fazer quarenta anos, Hugo Gonçalves recebeu o testamento do avô materno dentro de um saco de plástico.

Nesse dia, dava início a uma viagem, geográfica e pela memória, adiada há décadas, até à tarde em que recebeu a notícia da morte da mãe, a 13 de março de 1985, quando regressava da escola primária.

Durante mais de um ano, o escritor procurou pessoas e lugares, resgatando aquilo que o tempo e a fuga o tinham feito esquecer ou o que nem sequer sabia sobre a mãe, descreve a editora, acrescentando que esta é uma investigação pessoal, feita através da escrita, sobre os efeitos da perda na identidade e no caráter.

"É um relato biográfico --- tão íntimo quanto universal --- sobre o afeto, as origens, a família e as dores de crescimento, quando já passámos o arco da existência em que deixamos de fantasiar apenas com o futuro e precisamos de enfrentar o passado".

AL // MAG

Lusa/Fim

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