Porto recebe a primeira conferência internacional sobre habitações colaborativas

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Porto Canal com Lusa

Porto, 19 fev (Lusa) - O Porto vai receber, na sexta-feira, a primeira conferência internacional sobre habitações colaborativas seniores em Portugal, uma iniciativa que visa "alertar para a carência tremenda de respostas em termos habitacionais para seniores ativos no país", revelou o responsável.

Em entrevista à Lusa, Nuno Cardoso, presidente da Hac.Ora Portugal Senior Cohousing Association, explicou que a conferência internacional, denominada "Cohousing em Portugal -- Viver Sustentável" vai ser, além da apresentação "oficial" da associação, fundada em maio de 2018, o mote para "iniciar a urgente reflexão" sobre a temática da habitação sénior em Portugal.

"As respostas que temos no país são sobretudo para seniores com elevada dependência motora e mental. Portanto, entendemos que temos que combater isso e dar qualidade de vida e bem-estar a este estrato populacional, que é enorme. É absolutamente urgente atacar o problema porque ele está aí, basta falarmos com as pessoas idosas", afirmou Nuno Cardoso.

A conferência, que conta com um alargado grupo de convidados nacionais e internacionais de referência no cohousing, pretende ainda "demonstrar o que está a ser desenvolvido na Europa".

"Nós não estamos a trazer nada de inovador, apenas estamos a mostrar aquilo que se faz lá fora. Por exemplo, em Espanha, o tema do cohousing está a fervilhar, já são mais de 80 projetos que estão em curso e que contam também com o apoio das autarquias", esclareceu.

As habitações colaborativas surgem assim com o propósito de formar uma comunidade autogerida, onde espaços e instalações comuns complementam as habitações privadas. Este, é um conceito que tem vindo a ganhar progressiva popularidade, sobretudo nas últimas décadas, em vários países da Europa, como Espanha e Itália.

"Não estamos a criar uma habitação, estamos a criar uma comunidade e um conjunto de pessoas que querem viver em comunidade e partilhar a vida. Ao mesmo tempo que tem o seu espaço independente e a sua privacidade, tem um conjunto de valências num espaço comum, que completam a sua vivência e a sua casa", salientou o presidente.

Segundo Nuno Cardoso, tendo em conta a carga e simbologia "negativa" que acarretam atualmente os lares, é importante que a habitação colaborativa se "posicione num registo positivo".

"A habitação colaborativa vai ter de posicionar-se num registo positivo, isto é, no envelhecimento positivo, num ambiente de partilha e de vivência em conjunto. Toda esta interatividade vai manter as pessoas muito mais vivas e muito mais felizes. As pessoas estão mesmo carentes de soluções deste género", frisou.

À Lusa, o presidente da Hac.Ora adiantou que em Portugal é "reduzido o número" de projetos de habitações colaborativas, tendo apenas conhecimento de três: 'Os pioneiros', em Águeda, a Unidade Residencial Madre Maria Clara, em Carnaxide e ainda o Centro Paroquial da Mexilhoeira Grande, no Algarve.

"Estas pequenas experiências demonstram que há uma carência tremenda disto. Temos mesmo de arrancar e começar a fazer. Nós, enquanto associação, temos que divulgar o conceito, lançar o debate na sociedade portuguesa, e ajudar os grupos naquilo que entenderem", acrescentou.

A conferência, que se realiza no dia 22 de fevereiro, vai decorrer na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a partir das 09:30, e conta com a apresentação de estudos, experiências e testemunhos de diferentes áreas sobre o 'cohousing'.

SPYC // MSP

Lusa/fim

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