CDS discute no sábado critérios para listas de deputados, tendências reclamam lugares

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 10 jan (Lusa) -- O CDS-PP arranca, no sábado, o processo de escolha de candidatos às legislativas, numa reunião do conselho nacional do partido em que grupos e tendências internas reclamam, com mais ou menos vigor, lugares elegíveis de deputados.

A direção do CDS não divulgou ainda os critérios, o que só deverá fazer no sábado, dia em que Assunção Cristas reúne a comissão política nacional, pela manhã, ficando a tarde reservada, em Oliveira de Frades, Viseu, para a reunião do conselho nacional.

As poucas declarações conhecidas de Assunção nesta questão foram, há semanas, numa entrevista a um jornal da Universidade Católica de Braga, ao defender que os candidatos devem ter "dimensão nacional" e "qualidade" para acompanharem os temas na Assembleia da República.

Raul Almeida, ex-deputado e que representa a lista alternativa liderada por Filipe Lobo d'Ávila no conselho nacional, afirmou à Lusa que este grupo "não exige lugares" nas listas nem quer negociar diretamente com a líder, mas deixa um alerta.

"Caso a presidente queira ter um grupo parlamentar como são os grupos parlamentares dos grandes partidos, do PS e do PSD, é óbvio que o normal é o grupo parlamentar refletir a diversidade no congresso. Nós não fazemos pedidos de quota, não é por temos 20% do congresso que queremos 20% dos deputados", disse.

O antigo deputado defendeu que o grupo parlamentar tem de "representativo de todo o país" e não apenas de Lisboa e que as estruturas, como as distritais, têm de "um papel fundamental na escolha dos deputados".

A decisão é, "em última análise", da presidente do partido, admitiu, acrescentando que a escolha de candidatos "não deve ser uma coisa imposta".

Em declarações à Lusa, Abel Matos Santos, Tendência Esperança em Movimento (TEM), uma corrente interna do partido, defendeu que as escolhas devem ser feitas "de baixo para cima" e as "distritais devem ter a palavra primordial, obviamente concertada" com a comissão política nacional e Assunção Cristas.

Para este dirigente, que tem assento na comissão política de Cristas, deve ser tida em conta a representatividade das três listas a votos no congresso de março de 2018, incluindo os 30% obtido pela lista da TEM.

O que, à partida, recusa é a imposição de candidatos e que os militantes sejam olhados, a partir da sede nacional, em Lisboa, como pessoas para "bater palmas e para carregar bandeiras" nas campanhas eleitorais.

A Juventude Popular tem uma posição há muito conhecida de voltar a ter representação no grupo parlamentar do partido, que deixou de ter em 2015, uma reivindicação que tem o apoio da tendência TEM, por exemplo.

Nas eleições de outubro de 2015, o CDS o concorreu em coligação com o PSD, tendo obtido 36,8% dos votos, elegendo 18 deputados à Assembleia da República.

As próximas legislativas estão marcadas para 06 de outubro e antes, em 26 de maio, realiza-se as eleições para o Parlamento Europeu.

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