Governo defende que remarcação das cirurgias canceladas devido à greve "é prioridade"
Porto Canal com Lusa
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, afirmou hoje que a remarcação das cirurgias canceladas devido à greve dos enfermeiros "é prioritária" para minimizar o impacto desta situação nos doentes.
Os enfermeiros dos blocos operatórios de cinco hospitais públicos iniciaram há uma semana uma greve de mais de um mês às cirurgias programadas, que já adiou milhares de operações.
Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou que "é prioritária" a remarcação das cirurgias canceladas ou adiadas nos cinco centros hospitalares onde está a decorrer a paralisação, que "está a causar prejuízos sérios aos doentes portugueses".
Essa reorganização será uma prioridade "no sentido de minimizar o impacto nos doentes portugueses", disse Francisco Ramos, à margem da conferência "Medicamentos - Enfrentando os Desafios: Equidade, Sustentabilidade e Acesso", promovida pelo Infarmed, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde Europa (OMS Europa), no âmbito das celebrações do seu 25.º aniversário, que decorre hoje e sexta-feira em Lisboa.
O secretário de Estado disse ainda estar confiante que os sindicatos voltem à mesa de negociações e suspendam esta greve.
"O Governo apresentou uma proposta que pareceu ir muito ao encontro das pretensões dos sindicatos de enfermagem e espera muito confiantemente que essa proposta traga os sindicatos novamente à mesa das negociações, para o qual é indispensável que suspendam esta greve que de facto está a causar prejuízos sérios aos doentes portugueses", salientou.
A tutela assume que a proposta de revisão da carreira especial de enfermagem "constitui a aproximação possível às reivindicações apresentadas" pelos sindicatos, "num contexto de sustentabilidade das contas públicas e equidade social".
A greve está a decorrer no Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.
Foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), embora inicialmente o protesto tenha partido de um movimento de enfermeiros que lançou um fundo aberto ao público que recolheu mais de 360 mil euros para compensar os colegas que aderirem à paralisação.
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