Graça Fonseca "é uma interrogação" para a associação Plateia

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 14 out (Lusa) - O responsável da associação Plateia Carlos Costa, questionado sobre a designada ministra da Cultura, Graça Fonseca, disse que "é uma interrogação", acrescentando que, "mais do que pessoas, é o peso político da Cultura" no Conselho de Ministros, que importa.

A Plateia -- Associação de Profissionais das Artes Cénicas representa trinta estruturas artísticas, maioritariamente na região Norte do país, e cerca de cem profissionais de palco. Para o seu dirigente, "tudo se mantém" conforme afirmado, em março último, ao primeiro-ministro, sobre a necessidade de a Cultura ter peso em termos de orçamento.

"Mais do que nomes, apesar da sua importância em termos de peso político, o que é necessário é que a Cultura tenha, ela própria, peso em sede de Orçamento do Estado", e interessa saber se "o primeiro-ministro vai dar seguimento ao que foi apresentado pelo manifesto eleitoral do PS, nesta área", disse Carlos Costa à agência Lusa.

Para o dirigente da Plateia, a ministra designada, Graça Fonseca "é uma interrogação".

"Achamos que [Graça Fonseca] é da confiança do primeiro-ministro, mas será que a Cultura vai ter o peso político?", questionou Carlos Costa, referindo que a nomeada ministra trabalhou com António Costa, quando este foi ministro da Administração Interna, e quando esteve à frente da Câmara de Lisboa.

"Ou vai acontecer o contrário, continuando um esvaziamento político e orçamental? A nova ministra é uma interrogação", prosseguiu o dirigente da Plateia.

Sobre o futuro do relatório "para o aperfeiçoamento do modelo de Apoio às Artes", elaborado por um grupo de trabalho, do qual a Plateia fez parte, que foi entregue na sexta-feira ao Ministério da Cultura, Carlos Costa disse: "As propostas apresentadas são válidas, e estão dependentes da vontade política, tanto mais que [o relatório] não é vinculativo, é um conjunto de opiniões e consensos".

Fazendo um balanço do mandato de Luís Castro Mendes, como ministro da Cultura, o líder associativo disse que "teve muito pouca visibilidade, quer em Conselho de Ministros, quer no Orçamento do Estado, ao contrário do que foi prometido pelo manifesto eleitoral do PS".

Castro Mendes, acrescentou, esteve aquém da "prometida projeção da Cultura, por António Costa, quando tomou posse da chefia do Governo", em 2015.

Outra associação, a Rede, que reúne estruturas artísticas da Dança Contemporânea, num curto comunicado enviado à Lusa, afirma esperar que a ministra designada efetue "uma verdadeira remodelação do modelo de apoio as artes, integrado numa política cultural clara, transparente, sustentada e estratégica".

A Rede, que fez parte também do grupo de trabalho "para o aperfeiçoamento do modelo de Apoio às Artes", realça que "todo o setor tem estado unido e empenhado em colaborar continuamente com a tutela, para que se corrijam os erros do passado e se estruture um presente e futuro melhores".

A atual secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, vai desempenhar as funções de ministra da Cultura, em substituição de Luís Filipe Castro Mendes. No executivo de António Costa, esta é a segunda mudança na pasta da Cultura, depois da saída de João Soares, em abril de 2016.

O primeiro-ministro, António Costa, promoveu hoje a mais abrangente remodelação ministerial no seu Governo, substituindo ministros alvo de contestação pública, casos da Defesa, Saúde e Cultura, ou como menor visibilidade política, designadamente o da Economia.

Estas mudanças no XXI Governo Constitucional foram anunciadas na manhã seguinte à aprovação em Conselho de Ministros da proposta de Orçamento do Estado para 2019, e na véspera da sua entrega no parlamento.

Em termos de calendário político, a alteração mais profunda no executivo minoritário do PS acontece a um ano do fim da legislatura e da realização de eleições legislativas.

O Presidente da República vai dar posse à nova ministra da Cultura, assim como aos novos ministros da Defesa, Economia e Saúde, na segunda-feira, às 12:00.

Os secretários de Estado correspondentes, ainda por nomear, tomarão posse na quarta-feira, às 11:00.

NL (AG/TDI/PMF) // MAG

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