Forças Armadas angolanas consideram irrelevantes "grupinhos de Cabinda" que violam lei

| Política
Porto Canal com Lusa

Luanda, 09 out (Lusa) - O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) de Angola considerou hoje que, em Cabinda, existem "grupinhos que teimam em desafiar a lei angolana", mas que "são irrelevantes" e não representam uma ameaça militar real.

Numa entrevista publicada hoje no Jornal de Angola, por ocasião da 27.º aniversário das Forças Armadas Angolanas (FAA), o general Egídio de Sousa Santos ("Disciplina") desdramatizou a alegada agitação militar e garantiu que o enclave de Cabinda, cercado pela República Democrática do Congo (RDCongo), pertence a Angola.

A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), através do seu "braço armado", Forças Armadas de Cabinda, luta pela independência do território, alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes fações, efémeras, com a FLEC/FAC a manter-se como o único movimento que alega manter uma "resistência armada" contra a administração de Luanda.

Emmanuel Nzita é presidente da FLEC/FAC e sucedeu a Nzita Tiago, líder histórico do movimento independentista Cabinda, que morreu a 03 de junho de 2016, aos 88 anos.

Hoje, na entrevista, o CEMGFA desdramatizou a questão, lembrando que o país "está em paz, de Cabinda [fronteira norte com a RDCongo] ao Cunene [fronteira sul com a Namíbia]".

"Estamos em paz de Cabinda ao Cunene, as populações circulam livremente, assim como os seus bens. Os grupinhos que teimam em desafiar a lei angolana são irrelevantes e não representam uma ameaça real do ponto de vista militar", sublinhou o general angolano.

"As FAA continuarão a cumprir o seu papel de defesa da soberania e integridade territorial, e de modo particular em Cabinda, até que aqueles cidadãos que teimosamente se encontram em caminhos errados se juntem à bandeira da paz, unidade e reconciliação nacional", avisou, sem referir uma única vez o nome do movimento independentista.

Segundo Egídio de Sousa Santos, a soberania e integridade territorial de Angola estão "garantidas e reconhecidas internacionalmente".

"Se, por um lado, é legítimo que as pessoas tenham aspirações individuais ou coletivas, por outro, o exercício desses direitos não pode ser à custa do despeito à ordem legalmente estabelecida, muito menos num país democrático e livre, como o nosso, no qual os direitos fundamentais e as garantias dos particulares estão salvaguardadas pelas instituições do Estado", referiu.

"Somos independentes, fazemos parte de tratados internacionais e temos as nossas fronteiras inequivocamente definidas pela ONU", disse o CEMGFA angolano.

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