Porto, 27 set (Lusa) -- "A Casa das Canoas (1951)", de Oscar Niemeyer, e a "Casa Bola (1974)", de Eduardo Longo, fazem parte da exposição "Infinito Vão -- 90 Anos de Arquitetura Brasileira" que é inaugurada esta sexta-feira na Casa da Arquitetura, em Matosinhos (Porto).

Em entrevista à Lusa, o diretor da Casa da Arquitetura, Nuno Sampaio, considerou que "Infinito Vão" é a "maior exposição do mundo sobre a arquitetura brasileira feita até aos dias de hoje", e "reflete a estratégia da Casa da Arquitetura para tratar e expor os acervos".

"Foram dois anos a recolher o espólio no Brasil" e "sete meses de preparação", recordou Nuno Sampaio, referindo que a mostra se estende por mil metros quadrados de área expositiva, e que agrega mais de 50 mil documentos doados, originais, como, por exemplo, fotografias, maquetas, desenhos rigorosos, cartas, filmes, dossiês.

A exposição é inaugurada pelas 21:00 desta sexta-feira, dia 28, e, "no mínimo", vão ser precisas duas horas para ver os seis núcleos temporais da mostra, até porque tem filmes para ver, refere Nuno Sampaio, que é também cocurador do programa paralelo da exposição.

"Infinito Vão" fica patente na Casa da Arquitetura de Matosinhos durante os próximos sete meses, mas o evento inaugural prolonga-se ao longo deste próximo fim-de-semana, incluindo um concerto da artista brasileira Adriana Calcanhotto, no sábado, dia 29, pelas 21:30.

"Esta coleção torna-se num dos maiores acervos organizados da arquitetura brasileira", considerou Nuno Sampaio, referindo que esta é também a primeira exposição a nascer a partir do arquivo permanente da Casa da Arquitetura

A Coleção Brasil, com curadoria de Fernando Serapião e Guilherme Wisnik, mostra a "diversidade da produção arquitetónica da modernidade à contemporaneidade ao longo de 90 anos de arquitetura brasileira", contando com mais de 4.700 peças físicas e 45.500 peças digitais, entre textos, desenhos e maquetes, generosamente entregues por mais de 150 doadores, refere uma nota explicativa da organização.

A "Casa das Canoas", do arquiteto Oscar Niemeyer, "A "Casa Bola", do arquiteto Eduardo Longo, "Museu brasileiro da Escultura", de Paulo Mendes da Rocha, "Pavilhão das Humanidades", de Carla Juaçaba, "Instituto Moreira Sales", de Andrade Morett, ou "Hospital Sarah Kubitschec", de João Filgueiras Lima, são algumas das obras que Nuno Sampaio destacou entre os 103 projetos doados que estão patentes na exposição.

O "Infinito Vão", constituído por uma exposição, uma publicação, uma plataforma digital de investigação e um programa de atividades levadas a cabo nos dois países, Portugal e Brasil, pretende, através de cruzamentos com a música, cinema e literatura, "dar a conhecer a arquitetura brasileira a novos e mais generalizados públicos de distintas geografias internacionais", defende a organização.

Após o fim-de-semana inaugural, a partir de dia 01 de outubro os ingressos para a exposição custam oito euros, sujeito a descontos conforme as idades.

Em simultâneo à exposição "Infinito Vão", a Casa da Arquitetura vai também inaugurar "Suas casas", de Paulo Mendes da Rocha, e que fica patente até dia 10 de fevereiro de 2019, na Galeria da Casa, e tem a curadoria de Nuno Sampaio, Fernando Serapião e Guilherme Wisnik.

A inauguração deverá contar com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e da presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro.

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