Táxis: Manifestantes paralisados em Faro acreditam que hoje pode haver novidades

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Porto Canal com Lusa

Faro, 21 set (Lusa) -- Os taxistas em protesto junto ao aeroporto de Faro contra a nova legislação das plataformas eletrónicas de transporte acreditam que vão ter hoje novidades favoráveis da classe política, designadamente do Governo e da Assembleia da República, disse um porta-voz.

Francisco José Pereira, da cooperativa Rotáxis Faro, tem sido uma das vozes representativas dos taxistas paralisados em Faro desde quarta-feira e reconheceu hoje à agência Lusa que as condições de higiene e logísticas já não são as melhores, mas os cerca de 200 participantes que têm os carros parados na Estrada Nacional 125/10, junto ao aeroporto algarvio, esperam que hoje haja desenvolvimentos que vão ao encontro das suas reivindicações.

"Sim, penso que hoje vai haver desenvolvimentos políticos, até porque eles têm de ouvir o Presidente da República e aquilo que disse ontem [quinta-feira], nas duas intervenções, que quer que se faça uma lei mais equilibrada, que se mude a lei para ser mais equilibrada e acabar com este tipo de contestação que existe, porque ele também reconhece que a lei e desequilibrada", afirmou.

Com os dias a passar e o cansaço a acumular-se, o representante disse não acreditar "que os políticos hoje não vão intervir" para permitir uma revisão da nova legislação das plataformas eletrónicas de transporte em veículo descaracterizado, que deverá entrar em vigor a partir de 01 de novembro.

O setor do táxi pede a sua suspensão ou revogação e que seja analisada pelo Tribunal Constitucional.

"E penso que hoje vai haver intervenção quer do Governo, quer da Assembleia da República", acrescentou Francisco José Pereira, que vê o grupo de manifestantes com "os ânimos bons, apesar de terem passado mal a noite".

Questionado sobre a logística para que os manifestantes subsistam no local há já três dias, a mesma fonte adiantou que, em relação aos profissionais que são de Portimão e Lagos, por exemplo, "as famílias trazem uma camisola, umas garrafas de água, umas mudas de roupa".

"Também arranjámos aqui dois apartamentos de pessoas de Faro que permitem que as pessoas possam tomar, no mínimo, um banho, noutros casos tem vindo uma carrinha de longe e fazem aqui a mudança de turno de motoristas", precisou, frisando que, em vez de renderem no local de trabalho habitual nos seus concelhos, os profissionais rendem os colegas no local do protesto.

Francisco José Pereira destacou, no entanto, que "há pessoas que não saíram ainda" da zona, "algumas com mais de 60 anos", o que está a criar "algumas dificuldades".

"Vamos ver o que vamos resolver hoje, porque as pessoas ainda não tomaram banho e começam as condições de higiene a não ser as melhores. Estamos a providenciar para que não aconteça nada com as pessoas de mais idade, as pessoas também são teimosas e não querem sair, de resto estamos a fazer tudo o que é possível para providenciar às pessoas pelo menos que possam ir debaixo de um chuveiro e mudar de roupa", acrescentou ainda o porta-voz dos manifestantes em Faro.

Os taxistas prosseguem em Lisboa, no Porto e em Faro uma jornada de luta iniciada na manhã de quarta-feira para travar a lei que regulamenta as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros.

Em Portugal operam quatro: Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé.

As pretensões dos taxistas não foram atendidas pelos grupos parlamentares na quarta-feira, pelo que as associações representativas do setor decidiram manter o protesto até o Governo mostrar que quer negociar.

MHC // ROC

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