Águeda tem estação arqueológica fechada devido a atos de vandalismo

Águeda tem estação arqueológica fechada devido a atos de vandalismo
CM Águeda
| Norte
Porto Canal com Lusa

A estação arqueológica do Cabeço do Vouga, que alguns investigadores dizem ser o local histórico da cidade romana de Talábriga, está fechada devido a atos de vandalismo, segundo a Câmara Municipal de Águeda.

Se a conotação de vandalismo radica na destruição de obras de arte de Roma, quando os Vândalos a invadiram, no Cabeço do Vouga a destruição provocada por incertos levou a Câmara de Águeda a encerrar a estação arqueológica, situada num local ermo, entre o Vouga e o Marnel, de difícil vigilância.

“É um facto que a estação arqueológica está fechada e a razão fundamental são os sucessivos atos de vandalismo. Já fizemos de tudo: vedámos o espaço, colocámos câmaras e em vez de identificar os criminosos [estes] acabam por levar as câmaras de vigilância”, explica Jorge Almeida, presidente da Câmara de Águeda.

O temporal de 2013 destruiu a estrutura de proteção que cobria a área onde foram realizadas sucessivas campanhas de escavação e as estruturas soterradas ficaram à mercê das chuvas, da vegetação, de curiosos e de caçadores de tesouros.

Numa página da internet criada por um grupo que se dedica ao detetorismo e à numismática por recreação, são várias as alusões a práticas ilegais de prospeção no Cabeço do Vouga, com recurso a detetor de metais.

No Cabeço da Mina, apareceram moedas romanas numa cisterna, o que poderá inspirar os “caçadores de tesouros” a rumarem ao local, mas Jorge Almeida diz estarem a perder o seu tempo.

“Estamos a pensar sinceramente cobrir novamente todas aquelas instalações para não se degradarem. O que está à vista são meramente muros e todas as peças foram retiradas. Temos tudo isso preservado”, garante.

A importância arqueológica do local pode justificar o reforço de medidas de segurança, mas questiona-se se o Cabeço do Vouga será a antiga cidade de Talábriga.

“O problema da localização de Talábriga é considerado um clássico da arqueologia portuguesa”, com a primeira controvérsia a surgir no século XVI por Gaspar Barreiros, ainda hoje alimentada pela falta de consenso entre estudiosos e académicos.

A favor da sua localização no Cabeço do Vouga estão os marcos miliários, o testemunho de Plínio e a Geografia de Ptolomeu, mas os vizinhos concelhos de Albergaria-a-Velha e Aveiro, o primeiro com os vestígios arqueológicos encontrados na Branca e o segundo em Cacia, concorrem em argumentos.

“Apontam-se outras localizações próximas para Talábriga, o que eu refuto. Há ali construções e no rio Vouga tenho conhecimento de locais onde, escavadas nas rochas, estão as salgadeiras de pescado, numa zona muito próxima, que seria um porto fluvial importante. Eu próprio as conheço. A tal Talábriga ou é ali ou muito perto”, testemunha Jorge Almeida.

Para dar a conhecer o conteúdo arqueológico existente, a Câmara de Águeda está a desenvolver um conjunto de aplicações virtuais.

Pedro Alves, chefe de divisão da Câmara de Águeda, explica que está a ser feita “a virtualização dos vários períodos históricos que ocorrem naquele local”.

“O que a câmara está a fazer é a pegar nos vestígios arqueológicos e fazer uma reconstrução digital das várias épocas. Com um ‘smartphone’ ou um ‘tablet’, quem for ao local vai conseguir imediatamente visualizar todo aquele espaço e o seu funcionamento no passado, através de uma rede wi-fi local”, explica.

Vai ser também criado um museu virtual, onde é feita a reconstituição digital das peças encontradas.

“A partir de um pequeno pedaço de cerâmica, nós construímos o que era a peça. Fazemos este museu virtual e simultaneamente permitimos uma visita guiada digital, feita pela própria pessoa, no contexto da estação arqueológica e com outra riqueza que um simples painel nunca consegue dar àquele espaço. É esse trabalho que estamos a desenvolver e que muito em breve verá também a luz do dia”, disse.

Em termos de intervenção física vão ser reforçados os contrafortes e a limpeza da vegetação, bem como retomadas as escavações por um grupo de quatro voluntários europeus, enquadrados pelo Centro de Juventude de Águeda.

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