Bastonário dos Médicos diz que diretores de serviço do Hospital de Gaia admitem demitir-se

| Norte
Porto Canal com Lusa

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse esta terça-feira que todos os diretores de serviço do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) estão dispostos a demitir-se se "a situação caótica se mantiver".

Atualizado 28-03-2018 12:54

Miguel Guimarães visitou o hospital de Gaia e reuniu-se com os 37 diretores de serviços e unidades de gestão integrada para se "inteirar dos problemas existentes" nesta unidade hospitalar.

"[Existem] condições caóticas. O Serviço de Urgência parece um cenário de guerra com macas por todo o corredor. Quase é impossível circular (...). Este hospital está a definhar. As prioridades são a melhoria das infraestruturas e dotar o hospital com os recursos humanos necessários", afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos, referindo que foi decidido enviar uma carta e solicitar uma reunião "urgente" ao ministro da Saúde.

Miguel Guimarães desafiou os ministros da Saúde e das Finanças a visitarem este hospital para perceberem, disse o responsável, que "doentes e profissionais vivem em condições que não lembram a ninguém".

"Os médicos e a Ordem dos Médicos estão indignados com o que está a acontecer e, na salvaguarda da segurança clínica e da qualidade da medicina que devem existir, todos os diretores de serviço e de departamento estão na disposição de apresentar a sua demissão, se nada for feito", salientou o bastonário.

O responsável descreveu vários cenários encontrados na visita de hoje e relatados pelos profissionais do CHVNG/E, como a existência de uma enfermaria com 36 doentes que tem apoio de "apenas duas casas de banho que não estão inteiramente funcionais", sintetizando: "Há muitos serviços que não estão a funcionar em condições adequadas".

Miguel Guimarães prometeu levar o caso à Assembleia da República e falar dele "todos os dias" porque, conforme descreveu, "as pessoas estão numa fase de exaustão que ultrapassa o razoável".

"O Serviço de Urgência é prioritário. Vimos 22 doentes internados em macas quando neste hospital existem 19 camas de internamento que estão fechadas. As condições de trabalho não são dignas. Tem havido cirurgias adiadas. Não há radiologista a partir da meia-noite. Há equipamentos fora do prazo", observou Miguel Guimarães.

Já em resposta a estas críticas, o presidente do conselho de administração do CHVNG/E, António Dias Alves, que tomou posse em abril do ano passado, garantiu que neste hospital se "pratica boa medicina por pessoas que se esforçam" e avançou que vai "ouvir e dialogar com os profissionais".

"Vamos ouvi-los, dialogar e perceber as razões em consonância com a tutela porque pretendemos o melhor para o hospital", referiu António Dias Alves.

Perante a insistência dos jornalistas sobre se está preocupado com a ameaça de demissão dos diretores de serviço, o presidente do conselho de administração respondeu: "Nós estamos todos preocupados e queremos todos o melhor do hospital".

António Dias Alves explicou que o Serviço de Urgência tem um número de atendimentos "muito avultado correspondente a doentes não urgentes". Nessa circunstância, "não é possível fazer um trabalho excelente".

O responsável também descreveu os projetos em curso como a implementação de uma "ideia inovadora de atendimento na Urgência" e revelou que quinta-feira serão abertas as propostas para a fase B de obras de reabilitação e ampliação do hospital, a qual, ficará pronta em nove meses, assegurou.

"A nova urgência geral aumenta a área para o dobro. A urgência pediátrica aumenta para o triplo. Daqui a nove meses fica pronto. Também estão previstos sistemas de gestão e equipamentos ao nível do melhor que há (...). Os diretores de serviço foram envolvidos no desenho desta estratégia", disse o presidente, acrescentando ter expectativa de que o ministro da saúde visite brevemente o hospital para "dar muito boas notícias a Gaia".

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