Olival é cultura em destaque nas investigações da Universidade de Vila Real

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Porto Canal / Agências

Vila Real, 14 jan (Lusa) -- A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, tem desenvolvido nos últimos anos várias investigações na área da olivicultura com vista à sustentabilidade do setor, aumento da produção e melhoria da qualidade do azeite.

O olival, uma das principais culturas da região transmontana, tem tido um papel de destaque nos trabalhos desenvolvidos pelos investigadores do Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da academia transmontana.

O professor Carlos Correia integra a equipa de investigadores envolvidos no projeto "Coberturas vegetais: a estratégia decisiva na gestão sustentável dos olivais de sequeiro", liderado pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e que contou com um financiamento de 182 mil euros por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

De acordo com o responsável, ao longo de quatro anos foram ensaiados dois tipos de coberturas num olival transmontano, um que resultou de uma mistura de leguminosas de sementeira natural e outro consistiu em semear tremoceiro.

Neste estudo, as misturas de leguminosas deram resultados "muito melhores em termos produtivos".

"Nestes quatro anos de produção tivemos um aumento médio de 53% com a mistura de leguminosas anuais, com uma característica interessante que foi um aumento progressivo das produções. No último ano, o aumento foi de 126% na produção de azeitona", afirmou.

O investigador salientou as vantagens da aplicação do coberto vegetal no olival, nomeadamente a redução da erosão do solo, o aumento da matéria orgânica e a maior retenção de água nos solos.

O especialista considerou a erosão do solo como um dos principais problemas ambientais na região mediterrânica e que "muitas vezes é esquecido, até pelos políticos".

Para Carlos Correia, esta técnica poderá ser uma das soluções para "manter os olivais tradicionais de sequeiro com viabilidade económica em termos futuros".

Por sua vez, Laura Torres coordenou o projeto "Incremento da biodiversidade funcional do olival, no fomento da proteção biológica contra pragas da cultura", também financiado pela FCT em 185 mil euros.

Este estudo consistiu em avaliar as "possibilidades reais de incrementar a proteção biológica de conservação no olival de forma a maximizar o impacte dos inimigos naturais das pragas da cultura".

A estratégia, segundo a investigadora, passou por identificar plantas autóctones que existem nos olivais de Trás-os-Montes, Beira Interior e Alentejo, que podem facultar alimentos aos auxiliares (insetos predadores das pragas), para eles "atuarem com eficácia sobre os inimigos das culturas".

"A investigação tem como objetivo incrementar a biodiversidade do olival numa ótica de maximizar a proteção biológica de conservação contra pragas", salientou Laura Torres.

Ou seja, usar estas espécies auxiliares na proteção do próprio olival, evitando a utilização de pesticidas.

A investigadora integra ainda a equipa que está a desenvolver o projeto OlivaTMAD, que junta a fileira, desde a produção à transformação ou embaladores.

A iniciativa OlivaTMAD - Rede Temática de Informação e Divulgação da Fileira Olivícola em Trás-os-Montes e Alto Douro, foi alvo de uma candidatura ao PRODER de 1,2 milhões de euros, e resulta de uma parceria entre a Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes (AOTAD), o Instituto Piaget de Mirandela e Macedo de Cavaleiros, o IPB e a UTAD.

Este projeto pretende disponibilizar uma base de dados através da Internet com informações sobre o setor em Trás-os-Montes, desde a produção a tratamentos a efetuar.

PLI // JGJ

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