Braga, 10 jan (Lusa) - Oito membros da concelhia de Braga do CDS-PP demitiram-se por considerarem que o "prazo" da atual direção "terminou" com as últimas eleições autárquicas e que agora é tempo de "novas dinâmicas" provocando assim eleições antecipadas.

Em declarações à agência Lusa, um dos membros demissionários, Manuel Rocha, salientou que o trabalho desenvolvido pela atual direção para as autárquicas, encabeçada por Henrique Borges, foi "excelente" mas que "os tempos agora são outros":

À Lusa, o presidente daquela estrutura do CDS-PP, cujo XXV congresso nacional começa sábado, afirmou "não ser compreensível" a atitude dos membros demissionários na concelhia e explicou que os estatutos obrigam à convocação de eleições antecipadas, uma vez que deixou de haver quórum na concelhia.

"Consideramos que o prazo de vida desta concelhia era até às autárquicas. Tivemos um ótimo resultado mas os tempos agora são outros", explicou Manuel Rocha para quem "agora o trabalho a desenvolver é diferente" sendo "tempo de novas dinâmicas".

Por isso, disse, "é necessário ir a votos, daí a demissão destes 8 membros".

Com a demissão daqueles membros deixa de existir quórum na concelhia do CDS-PP de Braga, formada por 17 membros, restando nove em funções.

"Estas demissões obrigam a eleições, tendo sido logo solicitado ao presidente da mesa do plenário da concelhia que marcasse o ato eleitoral", disse Henrique Borges.

Para este dirigente, "não se compreende a tomada de posição" dos oitos membros demissionários.

"O único motivo que me deram foi o de descontentamento com o rumo que a concelhia estava a tomar. Ganhámos a câmara [em coligação com o PSD/Braga e PPM], ganhámos autarcas nas juntas de freguesia, quase os duplicámos, temos mais militantes. Não se percebe", disse.

Questionado sobre se os membros que se demitiram vão apresentar uma lista a eleições, Manuel Rocha não clarificar dizendo apenas que "ainda não é tempo de pensar nisso".

Os cerca de 500 militantes do CDS-PP de Braga vão, assim, ter que eleger uma nova concelhia, num ato eleitoral que, segundo obrigam os estatutos do partido, terá que ser marcado para o prazo máximo de 30 dias.

As demissões foram apresentadas durante uma reunião da concelhia de Braga do CDS-PP que teve lugar na noite de quinta-feira.

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