Trabalhadores de empresa de Amares pedem à Câmara que os deixem trabalhar

| Norte
Porto Canal com Lusa

Os trabalhadores da empresa de reciclagem Bracicla, em Amares, manifestaram-se esta quarta-feira contra as restrições à circulação de camiões alegadamente imposta pela Câmara no acesso às instalações, que dizem constituir uma ameaça aos postos de trabalho.

Atualizado 21-02-2018 16:12

"Numa altura em que só vemos notícias de patrões que querem fechar portas, aqui temos uma empresa que apenas pede que a deixem trabalhar", disse Célia Marques, que trabalha na Bracicla, conjuntamente com o marido.

O casal, com uma filha de 14 anos, trabalha na Bracicla há três e, preocupado com o futuro, questiona por que é que "há tanta implicância" com a fábrica.

Em causa está um sinal de trânsito colocado, em 2015, na rua de acesso à empresa, alegadamente por decisão da Câmara, que impede a circulação de camiões entre as 20:00 e as 08:00 e que está a "pôr em causa o normal funcionamento da empresa".

O horário de funcionamento da Bracicla é das 07:00 às 22:00, mas a colocação do sinal limita a ação da empresa.

Segundo o responsável da Bracicla, António Veloso, os trabalhadores são muitas vezes obrigados a desrespeitar o sinal para conseguir responder às exigências dos clientes, o que terá mesmo levado a GNR a "montar piquetes de caça à multa" no local, tendo a empresa já cerca de três mil euros em coimas para pagar.

A empresa começou a laborar em julho de 2015, sendo que três meses depois, face à contestação dos moradores, foi colocado um sinal restringindo o acesso à fábrica.

À Lusa, o presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, recusou "qualquer culpa" da autarquia na questão, explicando que "há uma decisão judicial que impede os camiões de circular fora daquelas horas (08:00-20:00) naquele local".

"Isto não tem nada a ver com a câmara. Está a ser tratado um acesso alternativo, mas não é da noite para o dia", disse.

Gracinda Silva, que também trabalha na Bracicla, frisou que a colocação do sinal foi anterior à decisão judicial, pelo que a Câmara "não pode querer agora lavar as mãos".

"A nossa luta não é contra os moradores, é pelo nosso emprego e pelos nossos direitos. São 40 trabalhadores que estão em causa. A fábrica tem as licenças todas e só pedimos que nos deem uma alternativa, que já foi prometida há muito mas que nunca chegou", referiu.

Desde sexta-feira, alguns dos camiões da empresa são deixados durante a noite frente à Câmara, para "fugir" às multas e para conseguir cumprir os horários contratualizados com os clientes.

"Só pedimos que nos deixem trabalhar. Será pedir muito?", questionou Eduarda Pinto, também trabalhadora da Bracicla, lembrando que "já houve despedimentos" e que, se a situação se mantiver, "muitos outros se poderão seguir".

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