O Partido Ecologista “Os Verdes” revelou hoje ter recomendado ao Governo a reabertura da Urgência do Hospital de Espinho, que encerrou em 2007 por razões "economicistas", obrigando os utentes a percorrer 20 quilómetros por vias portajadas até serviços alternativos.

Em causa está um projeto de resolução em que o partido defende que o encerramento do Serviço de Urgência Básica (SUB) da unidade de Espinho "foi uma injustiça, condicionando o acesso dos cidadãos aos serviços de saúde, seja pelo tempo despendido [no acesso a alternativas], seja pelos custos acrescidos [nessas viagens]", através de estradas que atualmente implicam o pagamento de portagens.

Para “Os Verdes”, a reforma que impôs o fecho da Urgência em 2007 foi "orientada por critérios meramente economicistas e conduziu a uma cabal redução dos serviços de saúde de proximidade" disponíveis em Espinho, prejudicando assim as "mais de 35.000 pessoas do concelho e da envolvente, assim como os demais visitantes e turistas que, em período de festas e no verão, quase fazem a população local duplicar".

O partido considera que o hospital reúne "todas as condições ao nível das infraestruturas e equipamento" para retomar o funcionamento do SUB, "à exceção dos recursos humanos".

Quanto ao argumento de que o encerramento da Urgência seria compensado com a afetação permanente ao concelho de uma Ambulância de Emergência Médica (AEM) tripulada por profissionais do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), o Partido Ecologista “Os Verdes” rejeita que a troca seja equiparável e classifica-a como um mecanismo "para tentar silenciar as populações".

"O INEM tem reduzido sucessivamente o período do serviço, com a pretensão de retirar a AEM", realçam os ecologistas. "Hoje a AEM apenas é assegurada por técnicos do INEM entre as 8:00 e as 16:00, sendo o restante horário assegurado pelos bombeiros", observam.

Para “Os Verdes”, a alternativa mais procurada tem sido a Urgência do Hospital de Vila Nova de Gaia, que se vê assim "congestionada" por "situações que por vezes não carecem de urgência especializada". Dado que essa unidade serve cerca de 600 mil habitantes, "torna-se, nas alturas de maior afluência, um serviço caótico, não conseguindo em tempo útil prestar os melhores cuidados de saúde às populações".

A reabertura do SUB do Hospital de Espinho tem sido reclamada pela generalidade da população de Espinho e freguesias limítrofes dos concelhos vizinhos. Em julho de 2017 foi entregue no parlamento uma petição nesse sentido, assinada por 9.924 cidadãos.