Trabalhadores do Casino da Póvoa manifestam-se junto à casa de administrador

| Norte
Porto Canal

Cerca de meia centena de pessoas manifestaram-se hoje junto à casa de um administrador do grupo Estoril Sol, na Senhora da Hora, contra o processo de despedimento coletivo que envolve 21 trabalhadores do Casino da Póvoa de Varzim.

"Este despedimento é ilícito e não está fundamentado. Não há nexo entre a reestruturação que a empresa diz pretender e os trabalhadores que estão afetados pela medida. Despedir estes trabalhadores é um atentado de terrorismo num quadro de tanto desemprego que se vive no país", disse, aos jornalistas, o responsável do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Restaurantes e Similares do Norte (STIHRSN), Francisco Figueiredo.

As cerca de cinco dezenas de pessoas que se deslocaram da Póvoa de Varzim à Senhora da Hora, freguesia do concelho de Matosinhos, foram "cantar as Janeiras" junto à casa onde reside Pereira Vinagre, um dos administradores do grupo Estoril Sol, que é considerado pelo STIHSRN como "o principal responsável por este despedimento coletivo".

"Temos filhos, precisamos do emprego", "Governo faz cumprir a lei" e "o Casino é do povo, não é do Vinagre" eram algumas das frases que se podiam ler nas camisolas e nos cartazes envergados pelos manifestantes.

Além dos trabalhadores envolvidos no processo coletivo, também se manifestaram na Senhora da Hora amigos e familiares dos funcionários despedidos.

Depois de várias tentativas, tocando à campainha da casa, para chegar à fala com o administrador, e após a entoação de vários cânticos alusivos à época de Reis, mas com mensagens relacionadas com o Casino da Póvoa, ouviu-se gritar: "Venha cá fora e abra a porta aos trabalhadores. Emprego sim! Desemprego Não!".

"Pretendíamos a marcação de uma reunião tendo em vista encontrar uma solução para este problema. Esta luta será duradoura e temos força para lutar", prometeu Figueiredo.

Sobre a queixa-crime a apresentar na Procuradoria-Geral da República, conforme o que já tinha sido avançado pelo STIHSRN à Lusa a 23 de dezembro último, Francisco Figueiredo garantiu que esta "está praticamente concluída" e será entregue "no final desta semana ou segunda-feira".

José Carlos Sá, caixa privado no Casino da Póvoa desde há 16 anos, um dos 21 trabalhadores afetados pelo processo de despedimento coletivo, contou à Lusa que se tem apresentado ao trabalho mas não o deixam trabalhar.

"Mantenho-me no meu local de trabalho, eles dizem que não têm funções para mim mas chamam colegas de outras categorias para fazer o meu trabalho", contou José Carlos Sá, acrescentando ter dois filhos e "casa para pagar", pelo que teme "começar a passar por sérias dificuldades".

"A empresa está a agir à margem do Estado de direito democrático", concluiu Francisco Figueiredo a propósito destes relatos de trabalhadores que cumprem horário de trabalho mas não lhes são atribuídas tarefas.

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