Primeiro-ministro afirma que com 523 num dia faltariam sempre bombeiros

| País
Porto Canal com Lusa

Oeiras, Carnaxide, 16 out (Lusa) - O primeiro-ministro sustentou hoje que não há bombeiros que cheguem num dia com 523 incêndios, como no domingo, e advertiu que não há soluções mágicas para os fogos florestais, admitindo mesmo que os "problemas" vão repetir-se.

António Costa assumiu estas posições no Comando Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Oeiras, distrito de Lisboa, tendo ao seu lado a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

Confrontado com as múltiplas queixas de populações sobre falta de meios no combate aos incêndios florestais no domingo, o líder do executivo reagiu: "Quando se tem 523 incêndios, é evidente que não há bombeiros para acorrerem a todas as situações".

Perante a questão se estas tragédias são então uma inevitabilidade em Portugal, António Costa negou.

"Não, não é uma inevitabilidade", mas "dias com mais de 500 ocorrências não se registava desde 2006. Este é o 22.º dia com maior número de ocorrências desde o princípio do século. E, portanto, é evidente que não há meios para acorrer a todas as necessidades", justificou.

Falando em termos de médio prazo, o primeiro-ministro afastou então qualquer solução rápida para o problema dos incêndios florestais - "um problema que seguramente se vai repetir".

Dirigindo-se aos jornalistas, o líder do executivo declarou: "Se os senhores julgam que há alguma solução mágica para que se produzam efeitos na reforma da floresta, estão completamente enganados".

"E não vale a pena iludir os portugueses convencendo os portugueses de que de um dia para o outro se vai resolver um problema que se acumulou ao longo de décadas. Infelizmente, vamos ter de trabalhar todos muito para, ao longo da próxima década, fazer aquilo que é preciso fazer na floresta portuguesa", advogou.

Depois desta afirmação sobre a inexistência de soluções a curto prazo, o primeiro-ministro foi confrontado com a seguinte pergunta: "Acha que os portugueses vão entender o que está a dizer hoje, que isto vai acontecer mais vezes?"

"Claro", respondeu António Costa, justificando logo a seguir.

"Porque os portugueses são adultos e os portugueses sabem bem que os governos não têm varinhas mágicas, que os problemas não se resolvem, infelizmente, só pela nossa vontade. E que para resolver os problemas é necessário tomar medidas", disse.

Para o primeiro-ministro, pelo contrário, importa que haja consciência de que o problema estrutural que o país se relaciona com a sua floresta.

"O país tem de ter bem consciência de que a situação que estamos a viver, com uma alteração do quadro climatérico muito negativo, vai seguramente prolongar-se para os próximos anos. É por isso que no final desta batalha nós temos de tomar as decisões, porque as coisas não podem continuar como estavam", disse.

Neste ponto, o primeiro-ministro referiu que, para o próximo sábado, está marcado um Conselho de Ministros extraordinário destinado a adotarem-se "medidas de fundo, tendo em conta o relatório e as recomendações da Comissão Técnica Independente que a Assembleia da República constituiu".

"Desse relatório têm de ser retiradas necessariamente ilações", insistiu.

PMF // JPF

Lusa/Fim

+ notícias: País

Várias escolas fecham portas de Norte a Sul do país em dia de greve da Função Pública

A greve dos trabalhadores da administração pública, que teve início esta sexta-feira às 07h00, levou já ao encerramento de várias escolas de norte a sul do país, disse à agência Lusa o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana.

Docentes do ensino superior pedem respeito por manifestações de alunos

Docentes, investigadores e administrativos do ensino superior juntaram-se numa petição dirigida órgãos dirigentes de universidades e institutos politécnicos portugueses para pedir o respeito do direito de manifestação dos alunos, sem recurso à violência.

Parlamento elege representantes para os conselhos de Defesa, Informações e Segurança

O parlamento elege esta sexta-feira os seus representantes para os conselhos superiores de Defesa, de Informações, de Segurança Interna e de Segurança do Ciberespaço, cujos candidatos foram alvo de um acordo entre PSD e PS.