Conclusão do inquérito guineense ao incidente com a TAP prorrogada por um dia

| Política
Porto Canal / Agências

Bissau, 18 dez (Lusa) - O prazo para apresentação das conclusões da comissão de inquérito ao incidente com a TAP em Bissau foi prorrogado por um dia, até quinta-feira, disse à Lusa o ministro da Justiça de transição da Guiné-Bissau, Saido Baldé.

Aquele governante preside à comissão que devia apresentar hoje as conclusões na reunião do Conselho de Ministros.

No entanto, à saída do encontro, Saido Baldé explicou à agência Lusa que o Governo de transição decidiu dar mais uma dia para a comissão trabalhar, pelo que as conclusões devem ser entregues ao primeiro-ministro, Rui de Barros, na quinta-feira.

A dilatação do prazo foi justificada com uma reunião do Conselho Superior de Defesa, na terça-feira, que fez com que o ministro dos Negócios Estrangeiros estivesse impedido de entregar à comissão um depoimento que lhe foi solicitado.

O ministro da Justiça escusou-se a adiantar mais detalhes sobre o processo, referindo apenas que a apresentação pública das conclusões dependerá depois do que o primeiro-ministro de transição decidir.

Seja como for, as conclusões serão sempre, em primeiro lugar, discutidas numa reunião com os membros do Governo, sublinhou.

Fernando Vaz, ministro da presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do Executivo guineense, referiu à Lusa que o texto final devera ser analisado pelo governo numa reunião que o primeiro-ministro pode convocar ainda para quinta-feira.

O Presidente de transição, Serifo Nhamdajo, convocou o Conselho de Estado para o mesmo dia, com o incidente com a TAP na agenda.

No entanto, os dois encontros "são acontecimentos distintos", referiu Fernando Vaz à Lusa, à saída da reunião de hoje do Conselho de Ministros.

Numa avaliação ao impacto político do problema com o voo da TAP, Vaz considera que as decisões dos ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros, que colocaram os lugares à disposição, revelam "maturidade".

"Isto quer dizer que, contra aquilo que se quer projetar, existe responsabilidade neste governo, existe maturidade: face aos acontecimentos, as pessoas entenderam por bem por os seus cargos [à disposição], porque eram tutelas que estavam em causa", referiu.

A tripulação da TAP do voo de 10 de dezembro entre Bissau e Lisboa foi forçada por autoridades guineenses, sob ordens superiores, a transportar 74 passageiros com passaportes falsos.

O incidente foi considerado "grave" por Portugal e pela União Europeia e levou ao cancelamento dos voos diretos entre os dois países.

O ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Delfim da Silva, apresentou a demissão na sexta-feira, denunciando "cumplicidades" entre membros do aparelho de Estado, num esquema em que terão recebido verbas avultadas para colocar os alegados cidadãos sírios na Europa.

O ministro do Interior, Suka N'Tchama, com tutela da segurança interna e serviços de imigração, também colocou o cargo à disposição de Nhamadjo, na terça-feira.

LFO // VM

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