Docentes de Amarante de negro para fazer prova de avaliação no Porto

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Porto Canal / Agências

Porto, 18 dez (Lusa) -- Um grupo de professores vestidos de negro, a maioria oriunda da zona de Amarante, aguardava hoje à porta da Escola Clara de Resende, no Porto, o início da prova de avaliação de conhecimentos, que classificaram de "humilhante".

"É uma grande humilhação ser obrigada a fazer esta prova, depois de ter estudado e estar habilitada a exercer como professora. Acho também que esta prova descredibiliza todo o Ensino Superior", afirmou Ana Sofia Duarte, criticando a realização do exame de avaliação decretado pelo Governo para os professores contratados com menos de cinco anos de serviço.

Esta professora do 1.º ciclo do Ensino Básico, sem colocação desde 2005, está atualmente a trabalhar numa loja e a exercer cinco horas como professora de Atividades Lúdico Expressivas nas Atividades Extra-Curriculares (AEC), numa escola de Amarante.

Também de Amarante, Ana Mafalda Leite disse que iria fazer a prova somente por ser obrigada.

"Viemos sob protesto. O problema é que se não fizermos a prova não poderemos concorrer", sublinhou a docente, que também não consegue colocação numa escola há já vários anos.

Ouvidos pela Lusa, vários professores provenientes de Amarante lamentaram também que "além de toda a humilhação" que a prova implica ainda tivessem que ser eles a arranjar e a pagar o transporte até à cidade do Porto.

"A prova é baseada em exercícios e raciocínio. Pode servir para avaliar os conhecimentos nesta área, mas não diz nada sobre o meu trabalho enquanto docente", afirmou a docente Ana Sofia Duarte.

Uma das professoras convocadas para vigiar a prova de avaliação de conhecimento na Escola Clara de Resende disse não estar de acordo com a realização desta prova por considerar que a mesma "põe em causa a estabilidade dos professores".

"Acho que não era necessário esta tomada de posição para, de alguma forma, medir se os professores têm capacidade ou não para dar aulas. É uma decisão política, não tanto uma decisão para medir competências", acrescentou Madalena Teixeira.

Sem querer adiantar ser irá ou não aderir à greve convocada para hoje pela Federação Nacional de Professores (FENPROF), esta professora de Matemática considerou que "não há divisão entre os professores".

Manuela Mendonça, dirigente da FENPROF, disse ter "a esperança de que a prova seja derrotada pelos professores, independentemente de poder haver alguma decisão judicial nesse sentido".

"Os professores do quadro foram abusivamente convocados para vigiar esta prova, é precioso dizer que isso não faz parte do conteúdo funcional da profissão docente, por isso é preciso que tomem uma posição e que com sacrifício pessoal mas com grande consciência profissional adiram a greve e se recusem a vigiar os colegas", acrescentou.

A prova de avaliação dos professores foi anunciada no verão passado e desde logo contestada. Em novembro, na sequência de uma reunião com sindicatos da Educação, afetos à central sindical UGT, nomeadamente a Federação Nacional da Educação, o Ministério estabeleceu que apenas os professores com menos de cinco anos de carreira fariam a prova.

Os sindicatos que estiveram na reunião aceitaram a decisão e anularam as ações de contestação, mas a Fenprof manteve todas as ações de luta, incluindo a greve de hoje.

A prova realiza-se em mais de uma centena de escolas e começa às 10:30, devendo durar duas horas.

PM (FP) // ARA

Lusa/Fim

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