Seiva Trupe rejeita propostas "impensáveis" da Câmara do Porto e recorre a tribunal

Seiva Trupe rejeita propostas "impensáveis" da Câmara do Porto e recorre a tribunal
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Porto Canal

A companhia de Teatro Seiva Trupe classificou hoje como "impensáveis" as condições que a Câmara do Porto lhe propôs para permanecer no Teatro do Campo Alegre, adiantando que caberá agora aos tribunais resolver a questão.

Num esclarecimento enviado à Lusa, a direção da companhia destaca que "o teatro [do Campo Alegre] existe porque existe a Seiva Trupe", adiantando que nunca lhe passou pela cabeça "aceitar o estatuto de companhia municipal, que a Câmara agora afirma ser uma das suas propostas.

A Câmara do Porto anunciou na quinta-feira ter decidido encerrar o processo de negociações com a Seiva Trupe, alegando que a companhia despejada do Teatro do Campo Alegre pelo anterior executivo da autarquia recusou todas as alternativas propostas pela autarquia.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Câmara do Porto, liderada pelo independente Rui Moreira, disse que foram propostas várias alternativas à Seiva Trupe para que esta companhia conseguisse "manter a sua atividade no mesmo espaço, mas sem o estatuto de companhia residente". No entanto, todas as alternativas foram recusadas.

"Perante as novas e impensáveis condições que a Câmara nos coloca, não tivemos outra solução que não acabar com as conversações encetadas. É triste, mas é a realidade", adianta a Seiva Trupe.

Para a companhia, com o fim das negociações, "esfumou-se" a "esperança de um novo pensamento na Câmara do Porto, que tantas e tantas pessoas" deram à Seiva Trupe ao longo de um período "negro, com prejuízos incalculáveis", pelo qual está a passar.

Adiantando que as "condições que a Câmara agora propõe, nada, mas absolutamente nada têm a ver com os motivos que foram tornados públicos como justificação do assalto" do teatro na madrugada em que a companhia foi despejada, a direção refere que o Teatro do Campo Alegre "foi construído pelo facto de ter aceitado sair do velho Teatro do Campo Alegre, de livre vontade, sem qualquer tipo de indemnização a não ser a alternativa do novo" espaço, onde estava instalada.

"Enquanto se procedia à sua construção, o Estado cedeu-nos o Teatro Carlos Alberto até à conclusão do novo espaço (...). O novo Teatro do Campo Alegre foi construído e concebido por nós ao centímetro", acrescenta, lamentando que a saída daquele local seja agora "o prémio ao fim de 40 anos de existência de um dos orgulhos do Porto".

A direção da Seiva Trupe salienta ainda ter sido a primeira "a avisar a tutela da queda de público pela grave crise que o país está a passar e que o teatro em geral precisava de um oficial enquadramento difusor", mas nega ter "atingido a percentagem" de ocupação do espaço de menos de um por cento, que a Câmara divulgou.

A Seiva Trupe questiona ainda como é que a autarquia refere que a companhia não tem conseguido apresentar uma programação continuada quando é "uma das companhias independentes do país com mais espetáculos realizados e tudo isto devida e oficialmente comprovado junto da tutela".

"Vamos ficar por aqui e os doutos tribunais resolverão este caso", afirmam os diretores da Seiva Trupe, António Reis e Júlio Cardoso, prometendo "continuar a lutar".

A Seiva Trupe foi despejada na madrugada do dia 17 de novembro do Teatro do Campo Alegre devido ao incumprimento no pagamento de uma dívida acumulada à autarquia, no âmbito do contrato de cedência daquelas instalações.

A companhia teatral classificou a desocupação do Teatro do Campo Alegre como o final de uma "perseguição política" pelo antigo presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, e disse ter interposto uma providência cautelar.

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