Estaleiros de Viana assinalaram 69 anos entre emoção rejeição do encerramento

| Política
Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 05 jun (Lusa) - População e trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo assinalaram terça-feira à noite, com testemunhos e a reedição de uma peça de teatro por alguns dos funcionários, aquele que rejeitam ser o último aniversário da empresa.

Sob o lema "O futuro é Agora", a homenagem à empresa foi organizada pela Câmara Municipal, em colaboração com o Grupo Desportivo e Cultural dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), e realizou-se precisamente no dia em que passaram 69 anos sobre a fundação.

"Não vamos deixar morrer os Estaleiros", lia-se nas tarjas colocadas na Praça da Liberdade, na cidade de Viana do Castelo, onde decorreu o espetáculo.

"Creio que ainda é possível salvar os estaleiros. O futuro é agora e eu acredito que os estaleiros vão continuar a fazer parte da história da nossa cidade e da construção naval do nosso país", afirmou, no final, o autarca José Maria Costa.

Durante o evento foram homenageados quatro dos mais antigos trabalhadores, em representação de "todos aqueles que deram os primeiros anos de vida" à empresa, perante a emoção vivida na plateia, ao ar livre, com algumas centenas de pessoas.

Foi ainda projetado um filme, de 1952, de autor desconhecido, sobre o "legado histórico" dos estaleiros, retratando o arranque da construção naval na cidade.

"Espero que o nosso Governo acredite nos ENVC como a população de Viana acredita", desabafou o presidente da Câmara.

No mesmo local, 14 trabalhadores dos ENVC apresentaram um excerto da peça "Estaleiros", que já tinham levado à cena entre 27 e 29 de julho de 2012, no âmbito do Festival do Norte.

Segundo o encenador e autor Marco Martins, a peça apresenta "cada pequena história" destes trabalhadores, formando "a grande história coletiva" dos estaleiros, revelando aspetos "menos conhecidos" da empresa.

Um a um, estes trabalhadores recordaram como foi entrada nos estaleiros, a maioria com apenas 14 anos, alguns pela mão dos próprios pais, também eles trabalhadores da empresa.

Devido a uma investigação de Bruxelas, o Governo português anunciou em abril a liquidação dos estaleiros. O entendimento do Ministério da Defesa Nacional, que tutela os ENVC, é que, como a empresa não dispõe dos 181 milhões de euros que teria de devolver ao Estado, a solução passa pelo encerramento.

Contudo, em paralelo, prevê o lançamento de um concurso internacional para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas atuais, na expectativa de manter a construção naval, mas sem garantias relativamente aos 620 postos de trabalho atuais.

Fundada a 04 de junho 1944, no âmbito do programa do Governo para a modernização da frota de pesca do largo, a empresa começou a laborar na forma de uma sociedade por cotas de responsabilidade limitada, com o capital social de 750 contos.

Aquando da constituição dos estaleiros, eram já mais de 800 trabalhadores, número que ainda há menos de 20 anos se cifrava nos 1.800.

Em 69 anos a empresa construiu mais de 220 navios de todos os tipos.

PYJ // ARA

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