Costa endurece o discurso. "Estas declarações do senhor Jeroen Dijsselbloem são absolutamente inaceitáveis. São também muito perigosas"

| Política
Porto Canal com Lusa

O primeiro-ministro português defendeu hoje o afastamento do holandês Jeroen Dijsselbloem da presidência do Eurogrupo na sequência de declarações sobre os países do sul da Europa que considerou "absolutamente inaceitáveis" e "muito perigosas".

"A Europa só será credível com um projeto comum no dia em que o senhor Djisselblom deixe de ser presidente do Eurogrupo e haja um pedido de desculpas claro, relativamente a todos os países e povos que foram profundamente ofendidos por estas declarações", acentuou António Costa, em declarações feitas à margem da segunda edição do Football Talks, que decorre no centro de congresso do Estoril até 24 março.

O chefe do executivo português comentava declarações feitas por Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças holandês e presidente do Eurogrupo, numa entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, publicada no domingo, na qual afirmou: "Como social-democrata, considero a solidariedade um valor extremamente importante. Mas também temos obrigações. Não se pode gastar todo o dinheiro em mulheres e álcool e, depois, pedir ajuda".

Para António Costa, estas declarações de Dijsselbloem representam o perigo do populismo na Europa.

"Estas declarações do senhor Jeroen Dijsselbloem são absolutamente inaceitáveis. São também muito perigosas, porque demonstram bem qual é o perigo do populismo e que o populismo não está só naqueles que tem coragem de assumir que o são. Está também naqueles que aparecem com pele de cordeiro, porque fazem discursos que são racistas, xenófobos e sexistas, como o discurso do senhor Dijsselbloem", sustentou.

Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, já tinha pedido, a partir de Washington, o afastamento do presidente do Eurogrupo, que hoje recusou pedir desculpa pelas suas declarações.

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