Porto, 21 nov (Lusa) - A Assembleia Municipal do Porto reuniu quarta-feira à noite pela primeira vez após as eleições autárquicas de 29 de setembro, tendo um novo presidente, Daniel Bessa, menos oito deputados e uma nova maioria.

As 17 assembleias municipais da Área Metropolitana do Porto reuniram quarta-feira, a título excecional, para a eleição simultânea dos cinco membros da respetiva Comissão Executiva Metropolitana, o órgão que vai gerir, na prática, aquela estrutura administrativa.

O deputado do Bloco de Esquerda (BE) José Castro considerou que a nova realidade é "uma completa desfiguração das áreas metropolitanas", lembrando que estas perderam a junta e a assembleia respetivas.

O deputado disse ainda que a eleição daquela comissão é "uma mera encenação de democracia", alegando tratar-se de um órgão com o qual os deputados "nunca terão qualquer ligação direta e que não será escrutinado".

Belmiro Magalhães, da CDU, referiu que as alterações legislativas das áreas metropolitanas ocorreram em 12 de setembro, "em plena campanha eleitoral".

"O que o governo PSD-CDS fez foi empobrecer ainda mais os órgãos metropolitanos", que agora são "mais um representante do governo na região" e não o contrário, afirmou.

A lista proposta - e aprovada por 28 votos a favor, quatro contra e seis em branco - é encabeçada por Lino Ferreira, que já era o presidente executivo da entretanto extinta Junta Metropolitana.

No Porto, a nova assembleia municipal conta com alguns reforços de peso como Honório Novo, da CDU, Francisco Assis e Ana Paula Vitorino, do PS, e Sílvio Cervan, este um centrista eleito pela lista liderada por Luís Filipe Menezes.

A socialista e ex-secretária de Estado dos Transportes Ana Paula Vitorino, que esteve ausente, será a vice-presidente daquele órgão.

A assembleia tem menos oito deputados do que os anteriores 54, uma vez que a reforma administrativa acabou com oito juntas de freguesia na cidade e portanto deixaram de ser eleitos para aquele órgão os presidentes respetivos.

O PSD e o CDS/PP, que estiveram coligados em três mandatos consecutivos, até às últimas autárquicas, estão agora em campos separados, com os centristas integrados no grupo municipal eleito pela candidatura Porto, O Nosso Partido, de Rui Moreira, que ganhou as eleições de 29 de setembro.

Daniel Bessa informou que o novo presidente da Câmara Municipal e os seus vereadores decidiram que vão estar presentes nas assembleias municipais apenas no período da ordem de trabalhos, mas não na parte reservada ao público.

"Achei bem", referiu, lembrando que "há sessões da vereação abertas ao público".

O anterior presidente da Câmara, Rui Rio, também se ausentava no período destinado ao público, o que motivou críticas, especialmente, da CDU e do BE.

Rui Moreira admitiu depois reconsiderar a sua posição sobre a questão, se essa for a vontade dos deputados municipais.

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