“Eu acho que de todos os problemas que tínhamos na banca portuguesa este foi o que até agora correu melhor no sentido dos nossos próprios bolsos”

Manuel Tavares, Diretor-Geral da Porto Media, questionado acerca de como é que olhou para o “acordo ao cair do pano, no limite do tempo para que o BCE começasse a impôr multas ao BPI” e se era este o desfecho previsível respondeu que “era previsível que fosse mesmo em cima da meta, nunca são negociações fáceis estas, mas eu acho que de todos os problemas que tínhamos na banca portuguesa este foi o que até agora correu melhor no sentido dos nossos próprios bolsos”.

“É verdade que isto abre outras possibilidades entre as quais uma que é a de vir a ser cotada na Bolsa de Valores de Lisboa o Banco de Fomento Angolano e claro que isso para a Bolsa de Lisboa, que é uma pequena bolsa, pode ser importante”, afirmou, Manuel Tavares.

“Uma outra questão que isto levanta é a presença dos espanhóis no nosso mercado financeiro”, continuou o Diretor-Geral da Porto Media.

A propósito do futuro da banca e da proposta do Primeiro Ministro, da criação de um chamado banco mau para absorver o crédito mal parado, Manuel Tavares disse que “em relação a um banco mau a ideia parece uma ideia generosa no sentido “temos aqui um conjunto de problemas, vamos metê-los todos aqui neste saco”, o problema é sempre quem vai pagar isso e de que forma é que vamos pagar”.

“Se é para nós contribuintes pagarmos pelo menos que seja para pagarmos muito devagarinho”, continuou Manuel Tavares.

Questionado acerca de onde é que o Governo vai buscar o dinheiro se não for aos contribuintes, o jornalista refletiu “onde é que o Estado vai buscar dinheiro? Só se vender o ouro que está no Banco de Portugal. Isso é uma hipótese, num período mais agudo da crise, houveram economistas que propunham que se vendesse mesmo algum ouro do Banco de Portugal para atalhar dois ou três problemas da nossa área financeira”.

“Para não se ir ao bolso dos contribuintes não vejo outra hipótese senão vender o ouro que está no Banco de Portugal”, concluiu Manuel Tavares.