"Elevar mulheres à direção de partidos é enfraquecer o espírito partidário, e isso é bom"

O economista Pedro Arroja, questionado acerca do tema “as mulheres na política portuguesa”, a propósito da integração de Maria Luís Albuquerque na direção do PSD, afirma que “desenvolveu-se recentemente na política portuguesa uma tendência, que começou no Bloco de Esquerda, as primeiras mulheres a dirigirem um partido”.

"Mas nos últimos meses as coisas aceleraram. A doutora Assunção Cristas foi eleita para presidente do CDS, e no último fim-de-semana, três mulheres foram promovidas a vice-presidentes do PSD em substituição de três homens”, continua Pedro Arroja.

O economista diz que “há aqui uma tendência generalizada de as mulheres ascenderem a lugares de direção nos partidos”.

Pedro Arroja comentou ainda que “isto significa o enfraquecimento do espírito partidário, e isso é bom. Os partidos não são da nossa cultura, são uma descendência das seitas do protestantismo que se criaram no norte da Europa. Todas essas seitas e todos esses partidos que se criaram no norte da Europa, designadamente na Inglaterra e na Alemanha foram fundados por homens e mantidos por homens”.

O comentador justifica que “o espírito partidário ou sectário é muito mais vincado nos homens do que nas mulheres, onde predomina mais o espírito comunitário. Um partido é por natureza sectário, o sectário não é aberto a tudo. E como as mulheres têm espírito menos espírito sectário do que os homens o ser contra vai-se atenuar”.

“Significa portanto o enfraquecimento do espírito partidário e também o enfraquecimento dos partidos, que eu considero uma boa notícia já que os partidos não fazem parte da nossa cultura”, conclui Pedro Arroja.